São Paulo, sexta-feira, 08 de abril de 2005

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EGITO

Suicida se explode e mata francesa; outros nove estrangeiros ficam feridos

Turistas são alvo de ataque no Cairo

DA REDAÇÃO

Um suicida se explodiu no meio de dezenas de pessoas em um movimentado mercado de rua no centro histórico do Cairo. Uma pessoa morreu, além do terrorista, e ao menos 20 ficaram feridas, a maior parte delas estrangeira.
Uma das vítimas fatais é uma francesa. Inicialmente, foi informado que o outro morto seria um cidadão americano. Porém, mais tarde, autoridades egípcias disseram que o corpo era do suicida.
A ação terrorista de ontem é a mais grave desde a série de explosões em balneários na península do Sinai, em outubro, perto da fronteira de Israel.
Desta vez, o atentado ocorreu no mercado de Khan al Khalili, o mais movimentado da capital egípcia e ao lado da mesquita de Al Azhar -a mais importante do Cairo. Como o local é um dos principais pontos turísticos da cidade, especula-se que a ação tenha tido como alvo justamente os estrangeiros.
Nos anos 90, houve uma onda de atentados cometidos por extremistas islâmicos. O mais grave deles ocorreu 1997, em Luxor, no sul do país, quando 58 turistas estrangeiros foram mortos.
O governo reprimiu duramente esses grupos islâmicos, e o país praticamente não vivenciou mais atentados até outubro do ano passado. Na década passada, o Egito perdeu muito dinheiro com a queda brutal no número de visitantes -o turismo é uma das principais fontes de renda do país, rico em atrações, como as pirâmides, o rio Nilo e o mar Vermelho.
Khan al Khalili é um típico mercado árabe, com vielas e bazares que vendem produtos do país.
Apesar de a polícia afirmar que foi um suicida que cometeu o atentado, testemunhas afirmaram ter visto um homem em uma motocicleta lançando a bomba no meio das pessoas. O artefato caiu perto de um grupo turístico. Autoridades disseram que o número de mortos na ação pode crescer.
Entre os estrangeiros feridos há dois americanos, dois turcos, dois italianos, dois franceses e um britânico. Há ainda 11 egípcios.
Nenhum grupo assumiu a autoria do ataque terrorista até o fechamento desta edição.
O Egito é um país de maioria islâmica -com uma minoria cristã copta-, porém a maior parte da população não é fundamentalista.
O governo linha-dura de Hosni Mubarak é laico e reprime duramente todos os movimentos extremistas existentes no país.


Com agências internacionais

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