São Paulo, sábado, 08 de maio de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TERROR

Ataque, provavelmente suicida, atinge templo xiita lotado de fiéis em Karachi; nenhum grupo assume

Atentado mata 14 em mesquita no Paquistão

DA REDAÇÃO

Um atentado a bomba, provavelmente suicida, matou ao menos 14 pessoas e feriu mais de cem numa mesquita xiita lotada em Karachi, no Paquistão. O ditador paquistanês, general Pervez Musharraf, condenou o ataque como um "ato odioso de terrorismo" e ordenou uma investigação.
Desde o 11 de Setembro (2001), Musharraf tornou-se um dos principais aliados dos EUA na guerra contra o terror, em especial devido ao apoio logístico à intervenção militar no Afeganistão. Por isso, é considerado um traidor por extremistas muçulmanos de seu país e do mundo.
O atentado aconteceu no início da tarde de sexta-feira, dia sagrado para os muçulmanos, em uma mesquita situada em uma escola religiosa governamental.
Segundo a polícia, os indícios sugerem que tenha sido um ataque suicida. "Os explosivos estavam atados ao corpo do suicida que, provavelmente, estava na terceira fila de fiéis", disse Aftab Shekh, assessor de segurança. Ele culpou "elementos anti-Estado", mas não deu mais detalhes.
Um dos fiéis presentes, Ali Abbas, disse que, após a explosão, sentiu um forte impacto nas costas: "Era o pedaço de um corpo".
O ataque provocou uma revolta em Karachi, maior cidade do país, à beira do oceano Índico. Centenas de jovens xiitas queimaram carros, postos de gasolina e um prédio público. "Estamos à mercê de terroristas, que estão cada vez mais violentos porque não são punidos", disse o clérigo xiita Hasan Turabi.
Cerca de 80% dos cerca de 150 milhões de paquistaneses são sunitas. O restante é xiita. Ambas as comunidades são muçulmanas e, de maneira geral, vivem em paz, mas radicais de ambos os lados realizam freqüentes ataques. Mais de cem pessoas, principalmente xiitas, morreram em atos violentos em menos de um ano.


Com agências internacionais

Texto Anterior: Mortes sob custódia: Fotografias sugerem abusos mais graves
Próximo Texto: Rússia: No 2º mandato, Putin promete prosperidade
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.