São Paulo, sexta-feira, 08 de junho de 2001

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FHC lamenta prisão e nega ter discutido asilo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

DA REDAÇÃO

O presidente Fernando Henrique Cardoso lamentou a prisão do ex-presidente Carlos Menem, embora tenha ressaltado que se trata de uma questão interna argentina.
"Acho ruim que tenha ocorrido. Preferia que não tivesse ocorrido", disse FHC, em entrevista a Boris Casoy no "Jornal da Record".
Também ontem, FHC negou que o governo brasileiro tenha recebido um pedido de asilo político por parte do ex-presidente argentino Carlos Menem.
"Isso não é certo", disse o presidente, referindo-se a contatos que assessores de Menem teriam mantido com ele.
Os rumores de que o Brasil poderia conceder asilo a Menem ganharam força depois que FHC se encontrou com Alberto Kohan, ex-secretário-geral da Presidência do governo Menem, na semana passada, em Brasília. "Foi uma visita de cortesia. Não se tocou nesse assunto", disse FHC.
A Folha apurou que Kohan teria vindo ao Brasil para convencer FHC de que Menem é vítima de uma perseguição política. Não haveria a intenção de pedir asilo, pois isso poderia atrapalhar as pretensões políticas de Menem em 2003, quando planeja concorrer novamente à Presidência.
Kohan estaria planejando também visitar o presidente dos EUA, George W. Bush, para expor a situação jurídica de Menem.
Ontem à tarde, o porta-voz da Presidência, Georges Lamazière, reiterou que Kohan não pedira asilo para Menem.
Ao comentar a decisão da Justiça argentina, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse à Folha que a prisão de Menem "significa que há fortes evidências de que a venda de armas era praticada com sua anuência e consentimento". Para o deputado José Genoino (PT-SP), o episódio sinaliza "novos tempos de combate à impunidade na América Latina".


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