São Paulo, sexta-feira, 08 de junho de 2001

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Caso envolve venda ilegal de armamentos

DE BUENOS AIRES

O caso que levou à prisão do ex-presidente Carlos Menem foi denunciado em 1995, durante seu governo, mas esteve praticamente parado até o início deste ano, quando o depoimento de um ex-diretor da fábrica estatal de armamentos começou a envolver os primeiros colaboradores de Menem, provocando um efeito dominó.
Segundo as investigações, 6.500 toneladas de armas e munições foram desviadas entre 1991 e 1995 à Croácia, que estava em plena guerra de independência da Iugoslávia. A operação foi autorizada por decretos secretos, que previam remessas a Bolívia e Panamá (que não tem Forças Armadas desde 1989). A venda à Croácia estava proibida por causa do embargo da Organização das Nações Unidas à Iugoslávia.
Além disso, 5.000 fuzis e 75 toneladas de munição foram desviados ao Equador em 1995, quando esse país estava em guerra de fronteira com o Peru.
Segundo um tratado internacional, a Argentina era um dos países que deveriam garantir a paz na região. Dessa vez, a autorização oficial era para a venda de armas à Venezuela. Os aviões que levaram o armamento ao Peru fizeram escala em Caracas antes de voltar a Buenos Aires, para não levantar suspeitas.
A lentidão com que o caso foi investigado até este ano provocou suspeitas sobre o juiz Jorge Urso, que havia sido acusado pelo atual ministro da Economia, Domingo Cavallo, que deixou o governo Menem em 1996, de fazer parte de lista de 12 juízes que recebiam suborno do "esquadrão menemista".


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