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SAIBA MAIS
Caso envolve venda ilegal de armamentos
DE BUENOS AIRES
O caso que levou à prisão do
ex-presidente Carlos Menem
foi denunciado em 1995, durante seu governo, mas esteve
praticamente parado até o início deste ano, quando o depoimento de um ex-diretor da fábrica estatal de armamentos
começou a envolver os primeiros colaboradores de Menem,
provocando um efeito dominó.
Segundo as investigações,
6.500 toneladas de armas e munições foram desviadas entre
1991 e 1995 à Croácia, que estava em plena guerra de independência da Iugoslávia. A operação foi autorizada por decretos
secretos, que previam remessas
a Bolívia e Panamá (que não
tem Forças Armadas desde
1989). A venda à Croácia estava
proibida por causa do embargo
da Organização das Nações
Unidas à Iugoslávia.
Além disso, 5.000 fuzis e 75
toneladas de munição foram
desviados ao Equador em 1995,
quando esse país estava em
guerra de fronteira com o Peru.
Segundo um tratado internacional, a Argentina era um dos
países que deveriam garantir a
paz na região. Dessa vez, a autorização oficial era para a venda de armas à Venezuela. Os
aviões que levaram o armamento ao Peru fizeram escala
em Caracas antes de voltar a
Buenos Aires, para não levantar suspeitas.
A lentidão com que o caso foi
investigado até este ano provocou suspeitas sobre o juiz Jorge
Urso, que havia sido acusado
pelo atual ministro da Economia, Domingo Cavallo, que
deixou o governo Menem em
1996, de fazer parte de lista de
12 juízes que recebiam suborno
do "esquadrão menemista".
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