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São Paulo, domingo, 08 de junho de 2003

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País depende da Síria para tomar decisões

DA REDAÇÃO

As posições políticas do Líbano são dependentes das da Síria. O país quase não tem autonomia para decidir os rumos de sua política externa. Damasco exerce forte influência política e militar sobre Beirute. Os governantes libaneses atuam em sintonia com o ditador sírio, Bashar al Assad.
A Síria possui milhares de soldados no território libanês. Ao circular pelo Líbano, é comum ver a presença de postos militares do Exército sírio. Essa presença começou após o fim da guerra civil (1975-90) e pouco antes da Guerra do Golfo (1991).
O governo libanês, conforme o próprio premiê Rafik Hariri afirmou à Folha, diz que os sírios estão no país a convite do Líbano e acrescenta que o país é independente. Porém, desde a desocupação do sul do Líbano por Israel em 2000, tem crescido no país a oposição à presença síria.
Além dos sírios, outro poder paralelo no Líbano é o do Hizbollah, um dos grupos considerados terroristas pelo Pentágono.
Nos países árabes, o grupo é considerado uma resistência contra a ocupação israelense. Além disso, no Líbano, o Hizbollah é um partido político, que realiza ações sociais e possui uma TV.
O grupo afirma que Israel ainda ocupa parte do território libanês. Na verdade, segundo a ONU, os israelenses deixaram o Líbano em 2000. A área reivindicada pelo grupo são as fazendas de Cheeba. Para a ONU, essa é uma região síria sob a ocupação israelense. A Síria e o Líbano afirmam que a área é libanesa.
Antes da guerra no Iraque, o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, esteve no Líbano e na Síria para pressionar os dois países a parar de apoiar o Hizbollah, também influenciado pelo Irã.
Choques entre o Hizbollah e as forças israelenses são comuns na fronteira entre Israel e Líbano.
O grupo libanês se considera vencedor no conflito com Israel, pois, na avaliação do Hizbollah, Israel deixou o sul do Líbano após ser derrotado.

Poder religioso
O poder no Líbano é dividido entre as três principais religiões do país. O presidente deve ser cristão maronita, o presidente do Conselho de Ministros (premiê) precisa ser muçulmano sunita, e o presidente do Parlamento, xiita.
A medida visa impedir que um grupo religioso tenha mais poder que o outro, para evitar um novo conflito civil.


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