São Paulo, terça-feira, 08 de junho de 2004

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DESEJO PROIBIDO

Injeções inibem efeitos da testosterona

Noruega dá a criminosos sexuais a alternativa de castração química

DA REDAÇÃO

A imprensa norueguesa anunciou ontem que o país vai oferecer a criminosos sexuais condenados a opção da castração química, se quiserem submeter-se a ela. O tratamento bloqueia os efeitos da testosterona, o hormônio masculino, reduzindo ou anulando o desejo e a capacidade sexual do indivíduo.
O psicólogo Jim Aage Noettestad disse ao jornal "Dagsavisen", em reportagem publicada ontem, que quatro homens condenados por estupro ou abuso sexual se ofereceram como voluntários e foram aprovados para submeter-se ao tratamento.
"Os quatro passaram por seis meses de terapia de grupo, e estamos prontos a dar início ao tratamento hormonal", afirmou Noettestad, psicólogo chefe do Departamento Regional de Segurança de Boeler, na cidade de Trondheim.
O objetivo do programa é reduzir as chances de os homens serem capazes de cometer outros crimes sexuais. Segundo Noettestad, os voluntários não serão libertos precocemente, enquanto ainda estiverem passando pelo tratamento, e, depois de libertos, não serão obrigados a continuar com ele.
O programa inicial será feito na prisão distrital de Trondheim, em cooperação com o hospital local, e, segundo o psicólogo, a informação sobre o tratamento hormonal optativo será enviada a todas as prisões do país.
Segundo a organização Statistics Norway, 290 pessoas foram condenadas na Noruega em 2002 por crimes sexuais, incluindo o estupro, abuso sexual infantil e incesto. Atualmente, o tratamento aplicado aos condenados pela Justiça por crimes sexuais é a terapia psicológica.
Na vizinha Dinamarca, 26 presos optaram por receber injeções semelhantes, como parte de um programa lançado em 1989. Desde então, 16 deles foram soltos em liberdade condicional, sob a condição de continuarem a receber as injeções. Somente um deles voltou a ser preso por um crime sexual.
Entre 1935 e 1970 a Dinamarca oferecia aos criminosos sexuais a a alternativa de escolher entre ir para a prisão ou se submeter à castração cirúrgica. Depois de a prática ser criticada como sendo irreversível e desumana, ela foi proibida. Em 1973, a castração voltou a ser utilizada, desta vez com tratamentos químicos em lugar do procedimento cirúrgico.


Com agências internacionais


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