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SUCESSÃO NOS EUA / O LONGO ADEUS
Hillary anuncia seu apoio total a Obama
"Sim, nós podemos!" eleger o senador, diz ex-primeira-dama, usando slogan do ex-rival em discurso que marca sua saída oficial da corrida
Ação vem quatro dias após fim das prévias democratas; papel que ela vai exercer
na campanha para a Casa Branca ainda não está claro
DE WASHINGTON
Num dos pontos altos da disputa pela candidatura democrata à sucessão do presidente
George W. Bush, a senadora Hillary Clinton anunciou ontem
seu apoio total e inequívoco ao
ex-oponente no partido, Barack Obama, e disse que estava
suspendendo sua campanha.
"Hoje, estou me pondo ao lado
do senador Obama para dizer
"Sim, nós podemos!", afirmou,
usando o slogan do virtual candidato do partido da oposição.
"Hoje, ao suspender minha
campanha, eu o parabenizo por
sua vitória e pela corrida extraordinária da qual ele participou", disse ela no átrio do National Building Museum, em
Washington. "Dou meu apoio
total a ele", continuou, observada pelo marido, o ex-presidente Bill Clinton, a filha Chelsea e cerca de 2.000, num discurso em tom emotivo que durou 28 minutos, citou o senador
15 vezes e enfatizou a importância de ser mulher.
"A maneira de continuar
nossa luta agora, de atingir as
metas que nós defendemos, é
usar nossa energia, nossas paixões, nossa força e fazer tudo o
que pudermos para ajudar a
eleger Barack Obama o próximo presidente dos EUA" -ela
repetiria a frase "ajudar a eleger Barack Obama o próximo
presidente" como um bordão.
O candidato afirmou ontem
em comunicado em seu website estar "entusiasmado e honrado" com o apoio de Hillary e
disse que ela "estará em primeiro plano" na luta do Partido
Democrata nas eleições de novembro "e pelos próximos
anos", acrescentando que a ex-rival "rompeu barreiras".
Barganha
Hillary, 60, discursou quatro
dias depois das últimas prévias
democratas. A demora é inusual e foi fruto de uma corrida
polêmica, na qual ambos os
pré-candidatos tiveram cerca
de 18 milhões de votos cada um
-o senador acabaria por conseguir um número maior de delegados e superdelegados, que
são quem escolhe o candidato.
Embora tenha deixado claro
ontem que apoiava Obama, Hillary não explicou qual será seu
papel na campanha nem o que
fará a partir de hoje, nem mesmo quando volta ao Senado. Há
um movimento forte que defende uma chapa conjunta,
com a senadora como vice, mas
a resistência também é grande.
Outros acreditam que ela
possa ter um cargo num eventual governo de Obama ou mesmo que esse, se eleito presidente, a nomeie para a Suprema
Corte quando um dos atuais
juizes se aposentar. A hipótese
pareceu agradar aos presentes
ontem, que aplaudiram no exato momento em que ela citou a
instituição, ao falar das "oportunidades perdidas" nos últimos sete anos de governo republicano em áreas como "política externa e a Suprema Corte".
Obama e Hillary se encontraram na quinta à noite em Washington, na casa de uma senadora que se relaciona bem com
os dois. Ninguém mais participou da reunião, e nada do que
conversaram vazou à imprensa. Hillary tem a oferecer sua
grande penetração em universos de eleitores nos quais Obama não teve bom desempenho
nas prévias e sem os quais é difícil vencer -como operários e
latinos.
(SÉRGIO DÁVILA)
NA INTERNET -
www.folha.com.br/081591
leia íntegra do discurso
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