São Paulo, quarta-feira, 08 de junho de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Ditador do Iêmen teve 40% do corpo queimado em ataque

Não há previsão para que Saleh tenha alta de hospital na Arábia Saudita; manifestantes pedem que ele não volte

Pelo menos 45 pessoas morreram em cidade controlada por braço da Al Qaeda, em mais um dia de violência no país

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O ditador do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, no poder há 33 anos, sofreu queimaduras em 40% do corpo após ataque com foguetes que, na última sexta, deixou ao menos sete mortos no palácio presidencial em Sanaa, a capital.
A informação, divulgada por um diplomata norte-americano, foi corroborada por assessores do governo iemenita e desmente a previsão do vice-presidente, Abu-Rabbu Mansur Hadi, de que Saleh estaria apto a retornar ao país em poucos dias.
O ditador está internado num hospital em Riad, capital da Arábia Saudita, e não há previsão para sua alta.
Em mais um dia de violência no Iêmen, pelo menos 45 pessoas foram mortas ontem durante confrontos entre militantes islâmicos e as forças do governo na cidade de Zinjibar, ao sul do país, dominada há dez dias por um braço da rede terrorista Al Qaeda.
Também ontem, cerca de 4.000 pessoas se reuniram nas ruas de Sanaa para convocar uma "marcha de milhões" em favor de reformas políticas e exigir que Saleh não volte da Arábia Saudita.
Os manifestantes se concentraram diante da casa de Mansur Hadi e pediram que um governo de transição seja formado imediatamente. "Vamos ficar 24 horas na frente da casa do vice-presidente para pressioná-lo", afirmou o ativista Omar al Qudsi à agência Reuters.

PERSPECTIVAS
Em Zinjibar, o Exército anunciou ter matado 30 militantes islâmicos, incluindo um líder local da Al Qaeda. Do lado dos soldados, foram contabilizados 15 mortos.
Os protestos contra a ditadura de Saleh começaram cinco meses atrás, no rastro das revoltas populares que derrubaram os ditadores Zine El Abidine Ben Ali (Tunísia), em janeiro, e Hosni Mubarak (Egito), em fevereiro.
Anteontem, Hillary Clinton, secretária de Estado dos EUA -país do qual o Iêmen é aliado-, já expressara o desejo de que se realizasse uma "transição pacífica" no país.
Robert Powell, analista da consultoria Economist Intelligence Unit, acredita que o exílio de Saleh seja "provavelmente permanente".
"Tanto os sauditas como os EUA e a União Europeia insistem para que ele fique na Arábia Saudita e veem a perspectiva de sua volta como uma catástrofe", diz ele.


Texto Anterior: Presidente do BC americano aponta para crescimento lento
Próximo Texto: Bombardeio da Otan na Líbia mata ao menos 31
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.