O embaixador dos Estados Unidos em Caracas, Charles Shapiro, disse que a oposição na Venezuela ainda acredita que a crise política do país pode ser resolvida por meio de um golpe para derrubar o presidente venezuelano, Hugo Chávez.
"As pessoas com quem falo dizem ser real a possibilidade de outro golpe", afirmou.
Em abril deste ano, opositores chegaram a afastar Chávez do poder por 48 horas, mas o presidente conseguiu retornar ao cargo. Os EUA negaram envolvimento com o golpe.
"Ter um país dividido é perigoso. A Venezuela está muito perto de uma explosão social. Isso será ruim também para os países vizinhos e para os EUA", disse o embaixador para o diário "El Universal".
Para o embaixador, a Venezuela "não é uma democracia plena". "Há muita oposição. Os partidos políticos são frágeis e o país está totalmente polarizado." Ele acrescentou que os EUA são contra uma ruptura da ordem institucional do país.
O ex-presidente americano Jimmy Carter (1977-1981) está na Venezuela e se encontrou com Chávez. Carter, que hoje tem uma organização que se dedica a monitorar a democracia no mundo, está no país a convite do presidente. Chávez lhe pediu ajuda para estabelecer um diálogo com a oposição. Carter propôs a criação de um conselho de notáveis para resolver a crise.
Na sua estada, ele também está mantendo contatos com lideranças opositoras.
Os opositores querem que o ex-presidente permaneça no país até a quinta-feira. Nesse dia, será realizada uma grande manifestação contra Chávez que deverá reunir milhares de pessoas diante do palácio presidencial de Miraflores. Segundo os líderes da oposição, a presença de Carter ajudará a conter a violência.
O ex-presidente dos EUA agendou sua saída da Venezuela para quarta-feira e ainda não decidiu se alterará a data.


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