São Paulo, quinta-feira, 08 de julho de 2010

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Irã admite que sanções podem desacelerar programa nuclear

Chefe de agência afirma, porém, que planos serão mantidos

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Irã reconheceu pela primeira vez que as sanções ao país podem desacelerar o seu programa nuclear. "Não podemos dizer que as sanções não têm efeito", disse Ali Akbar Salehi, chefe da agência iraniana de energia atômica.
"Talvez elas desacelerem o trabalho, mas elas não o pararão, isso é certo."
Nas últimas semanas, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, vinha dizendo que a nova onda de sanções ao Irã imposta pela ONU, pela União Europeia e pelos EUA não afetariam a economia nem o programa nuclear do país.
As sanções tentam forçar Teerã a abandonar o enriquecimento de urânio. As potências ocidentais temem que o Irã pretenda construir armas atômicas, o que o país nega.
Ahmadinejad chamara as sanções americanas de "patéticas" e as da ONU de um "guardanapo usado".
Embora preveja dificuldades com as sanções, Salehi anunciou que a primeira usina nuclear do país começará a funcionar até o começo de setembro.

PROTESTOS
Interrompida por longos períodos devido à falta de pagamentos, a construção da usina de Bushehr, no sul do Irã, levou 37 anos. As obras estão sendo concluídas por técnicos russos.
Qualquer que seja o alcance das sanções, elas atingirão uma economia já fragilizada.
Ontem, protestos de vendedores do principal mercado de Teerã forçaram as autoridades a recuar do plano de aumentar as taxas sobre os seus negócios.
O país tem tentado encontrar caminhos para aumentar as suas receitas em meio à baixa nos preços do petróleo nos mercados mundiais.
Ontem, o embaixador dos Emirados Árabes Unidos (EAU) em Washington, Yousef al Otaiba, defendeu num evento que os americanos empreguem a força para impedir o Irã de desenvolver bombas atômicas.
"Não podemos viver com um Irã nuclear", disse Otaiba no Festival de Ideias de Aspen, no Estado americano do Colorado.
Pouco depois, em Abu Dhabi, capital dos EAU, o ministro-assistente das Relações Exteriores, Tareq al Haidan, disse que as declarações do embaixador foram tiradas do contexto.
"Os EAU rejeitam totalmente o uso da força como solução para a questão nuclear iraniana e defendem uma solução por meios políticos", disse ele.


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