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Irã admite que sanções podem desacelerar programa nuclear
Chefe de agência afirma, porém, que planos serão mantidos
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O Irã reconheceu pela primeira vez que as sanções ao
país podem desacelerar o seu
programa nuclear. "Não podemos dizer que as sanções
não têm efeito", disse Ali Akbar Salehi, chefe da agência
iraniana de energia atômica.
"Talvez elas desacelerem o
trabalho, mas elas não o pararão, isso é certo."
Nas últimas semanas, o
presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, vinha
dizendo que a nova onda de
sanções ao Irã imposta pela
ONU, pela União Europeia e
pelos EUA não afetariam a
economia nem o programa
nuclear do país.
As sanções tentam forçar
Teerã a abandonar o enriquecimento de urânio. As potências ocidentais temem que o
Irã pretenda construir armas
atômicas, o que o país nega.
Ahmadinejad chamara as
sanções americanas de "patéticas" e as da ONU de um
"guardanapo usado".
Embora preveja dificuldades com as sanções, Salehi
anunciou que a primeira usina nuclear do país começará
a funcionar até o começo de
setembro.
PROTESTOS
Interrompida por longos
períodos devido à falta de pagamentos, a construção da
usina de Bushehr, no sul do
Irã, levou 37 anos. As obras
estão sendo concluídas por
técnicos russos.
Qualquer que seja o alcance das sanções, elas atingirão
uma economia já fragilizada.
Ontem, protestos de vendedores do principal mercado de Teerã forçaram as autoridades a recuar do plano de
aumentar as taxas sobre os
seus negócios.
O país tem tentado encontrar caminhos para aumentar
as suas receitas em meio à
baixa nos preços do petróleo
nos mercados mundiais.
Ontem, o embaixador dos
Emirados Árabes Unidos
(EAU) em Washington, Yousef al Otaiba, defendeu num
evento que os americanos
empreguem a força para impedir o Irã de desenvolver
bombas atômicas.
"Não podemos viver com
um Irã nuclear", disse Otaiba
no Festival de Ideias de Aspen, no Estado americano do
Colorado.
Pouco depois, em Abu
Dhabi, capital dos EAU, o ministro-assistente das Relações Exteriores, Tareq al Haidan, disse que as declarações
do embaixador foram tiradas
do contexto.
"Os EAU rejeitam totalmente o uso da força como
solução para a questão nuclear iraniana e defendem
uma solução por meios políticos", disse ele.
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