|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Putin se irrita
com pressões
por negociação
DA REDAÇÃO
O presidente russo, Vladimir Putin, descartou ontem
qualquer possibilidade de
negociação com rebeldes
tchetchenos, vinculados ao
seqüestro da escola de Beslan (Ossétia do Norte) e a
outros dois atentados que
deixaram mais de 450 mortos nas últimas semanas.
"Por que vocês não se reúnem com Osama bin Laden?
Por que não o convidam a
Bruxelas ou à Casa Branca
para começar negociações,
perguntar a ele o que deseja e
dar isso a ele, para que nos
deixe tranqüilos?", ironizou
Putin, em entrevista a jornalistas estrangeiros.
"Por que deveríamos conversar com pessoas que matam crianças?", perguntou o
presidente, que acusou os
governos ocidentais de ter
uma dupla moral com relação ao terrorismo. "Eles
[tchetchenos] fazem essas
ações com slogans religiosos, como Bin Laden. Por
que não se referem a ele como rebelde, em vez de terrorista? Onde está a lógica?"
Em reforço à retórica do
Kremlin, o secretário da Defesa americano, Donald
Rumsfeld, disse que o seqüestro em Beslan mostra
que a guerra ao terror é global. "Vimos vivamente os
extremos a que os terroristas
estão dispostos a ir para alcançar seus objetivos", disse.
Já o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA
disse ser necessário negociar
com representantes tchetchenos não comprometidos
com o terrorismo.
As afirmações de Putin
contradizem relatos de outras autoridades segundo os
quais o Kremlin negociou
com os terroristas que tomaram a escola de Beslan, oferecendo o atendimento de
ao menos uma demanda do
grupo: a soltura de rebeldes
tchetchenos.
O porta-voz do governo da
Ossétia do Norte, Lev Dsugayev, disse ao jornal alemão
"Süddeutsche Zeitung" que
os russos ofereceram "dinheiro, um corredor de fuga,
helicópteros e aviões".
Em uma aparente retaliação, forças russas prenderam pelo menos 20 parentes
dos líderes separatistas Shamil Basayev e Aslan Maskhadov, na Tchetchênia, no
segundo dia do seqüestro.
"Era para ser refém por refém", disse Akhmed Zakayev, ligado a Maskhadov.
Um porta-voz das forças
militares russas disse porém
que eles foram detidos para
sua própria "proteção".
Putin afirmou também
que haverá uma investigação sobre as ações das tropas
russas no seqüestro.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Terror na Rússia: Vídeo revela terror vivido pelos reféns Próximo Texto: Artigo: Não há causa, só o prazer de matar e morrer Índice
|