DA REDAÇÃO

Duas voluntárias italianas que realizavam trabalho humanitário no Iraque e dois iraquianos foram seqüestrados ontem à luz do dia no centro de Bagdá.
O premiê italiano, Silvio Berlusconi, afirmou que seu governo deve se "unir" à oposição para analisar qual a ação a ser tomada diante do seqüestro das duas cidadãs italianas.
No mês passado, seqüestradores mataram o jornalista italiano Enzo Baldoni após o governo da Itália não concordar com a demanda de retirar os 2.700 militares baseados no país -o terceiro maior contingente no Iraque, atrás dos EUA e do Reino Unido.
Internamente, Berlusconi enfrentou duras manifestações contrárias à Guerra do Iraque e foi acusado de ser responsável pela morte do repórter.
Testemunhas disseram que 20 homens armados com fuzis AK-47 e revólveres com silenciadores pararam veículos em uma movimentada praça comercial na capital iraquiana e entraram no prédio da organização humanitária Ponte para Bagdá.
Dentro do prédio, as italianas Simona Pari e Simona Torretta foram capturadas junto com um iraquiano que trabalha na Ponte para Bagdá e uma iraquiana que é funcionária da organização Intersos. Os seqüestradores levaram a iraquiana para fora puxando-a pelos cabelos.
Por enquanto, os seqüestradores ainda não divulgaram os termos para libertar os reféns. As duas italianas e os dois iraquianos elevam para mais de cem o número de seqüestros no Iraque, crime que tem se difundido nos últimos meses no país.
As duas italianas participavam de um programa para incentivar as crianças iraquianas a freqüentar a escola.
Dois jornalistas franceses continuam seqüestrados. Um grupo islâmico exige US$ 5 milhões para libertá-los. Inicialmente, eles exigiam a revogação da lei que proíbe o uso do véu islâmico em escolas públicas francesas.