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CASO LEWINSKY
Líder da Igreja Batista do Sul diz que presidente deve deixar o poder para que seu exemplo não corrompa os jovens
Igreja de Clinton pede a sua renúncia
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
de Washington
O líder da Igreja Batista do Sul,
maior denominação protestante
dos EUA, está pedindo a renúncia
do presidente Bill Clinton.
Paige Patterson diz que Clinton,
filiado à Igreja Batista do Sul, deve
renunciar "pelo bem da nação" e
"antes que seu exemplo consiga
corromper todos os jovens".
O apelo de Patterson aconteceu
no dia do início formal da campanha para as eleições parlamentares
de novembro. Ele ressalta o crescente isolamento de Clinton, por
causa do escândalo Monica Lewinsky.
Aumenta o número de aliados
políticos do presidente que se distanciam dele. O governador de
Maryland, Costa Leste do país,
Parris Glendening, que concorre à
reeleição em novembro, cancelou
jantar para arrecadar fundos para
sua campanha ao qual Clinton estaria presente na semana que vem.
Assessores de Glendening disseram estar encontrando dificuldades para vender mesas no jantar
porque muitas pessoas não desejam pagar para ver o presidente.
Quatro senadores do Partido
Democrata, do governo, que não
haviam opinado sobre o discurso
em que seu colega Joseph Lieberman descreveu o comportamento
de Clinton como "imoral e vergonhoso", divulgaram notas para
apoiar o senador. Entre eles, Barbara Boxer, da Califórnia (Costa
Oeste), concunhada de Clinton.
Também na Câmara, tradicionais aliados do presidente se afastam publicamente dele. Como James Moran, de Virgínia, Costa
Leste, que declarou: "Acho que
não há como escapar do processo
de impeachment". A mesma opinião foi manifestada pelo senador
Daniel Patrick Moynihan, de Nova
York, também aliado de Clinton.
Na Casa Branca, sede do governo dos EUA, há uma clara divisão
entre os assessores do presidente:
os que tentam convencê-lo a negociar uma censura formal do Congresso para afastar a possibilidade
de impeachment e os que não querem fazer nenhuma concessão.
O grupo mais combativo é liderado por Sidney Blumenthal,
ex-jornalista que se tornou um dos
principais conselheiros da primeira-dama, Hillary Clinton. Os que
defendem negociação com o Congresso são comandados pelo chefe
da Casa Civil, Erskine Bowles.
Mas aumenta o número de parlamentares para quem a possibilidade de encerrar o assunto com
uma simples censura do Legislativo ao presidente já passou e que
consideram que o processo de impeachment será inevitável. Entre
os que agora expressam tal opinião está o líder da oposição no
Senado, Trent Lott, autor da sugestão da saída da censura.
Uma das razões pela qual o processo de impeachment é considerado agora mais provável que antes são indicações de que o promotor independente Kenneth Starr
vai acusar Clinton de obstrução da
Justiça e falso testemunho diante
do júri de inquérito do caso, crimes que a maioria dos norte-americanos considera graves.
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