São Paulo, terça, 8 de setembro de 1998

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COMENTÁRIO
Partidos são contra processo

de Washington

Ninguém com bom senso no mundo político dos EUA quer o impeachment de Clinton.
Não só porque o processo é traumático para o país, quase uma guerra civil sem armas. Os governistas temem que o impeachment cause danos prolongados a seu partido, o Democrata, como o de Nixon causou ao dele.
A oposição sabe que suas chances de reconquistar a Presidência no ano 2000 são maiores com Clinton desmoralizado na Casa Branca do que com Al Gore usando a máquina do governo para se reeleger.
O processo de impeachment é longo. Primeiro, a Comissão de Justiça da Câmara precisa decidir, com base no relatório do promotor independente, se o processo deve ser iniciado. Depois, o plenário da Câmara resolve se as acusações contra o presidente têm fundamento. O Senado então aprova ou recusa o impeachment.
Isso pode levar até um ano. Se, ao fim, Clinton deixar a Presidência, Gore o substituirá. A maioria do país, com certeza, vai dar a Gore crédito de confiança para tentar cicatrizar as feridas nacionais.
O mesmo aconteceu com Gerald Ford, em agosto de 1974, após a renúncia de Nixon.
Ford perdeu a reeleição para Jimmy Carter por uma diferença pequena: 50,1% a 48%.
Mas com Gore pode ser diferente. Primeiro, porque ele teria menos tempo de governo para desgastá-lo do que Ford. Segundo, porque Gore é melhor político que Ford. (CELS)



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