São Paulo, terça, 8 de setembro de 1998

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Conheça as opções à disposição de Ieltsin

do enviado especial a Moscou

A firmeza usada pelos neocomunistas nas negociações com Ieltsin pode obrigar o presidente a engolir uma amarga derrota e ter de apresentar um novo nome para o cargo de premiê. E o favorito nessa corrida é o chanceler interino, Yevgueni Primakov.
Grigori Iavlinski, líder da oposição liberal, enumerou as características que o levariam a apoiar o ex-espião da KGB (serviço secreto da extinta URSS).
"O novo premiê deve ser conhecido no exterior, ter autoridade política e autoridade para lidar com militares e forças de segurança, além de não alimentar a ambição de ser presidente", afirmou Iavlinski, pré-candidato à sucessão de Ieltsin no ano 2000.
Iavlinski admitiu os limites dos conhecimentos econômicos de Primakov. "Para resolver o problema, Tchernomirdin poderia ser o vice-premiê", sugeriu o economista da oposição.
Primakov, com seu passado soviético, poderia ser aceito pelos neocomunistas. Guennadi Ziuganov, no entanto, já sinalizou ter outro candidato, o prefeito de Moscou, Iuri Lijkov.
Lijkov reuniu, nos últimos anos, a fama de bom administrador. Foi reeleito em 96 com mais de 90% dos votos, fez carreira política ao lado de Ieltsin, mas soube cultivar laços com os neocomunistas.
Ieltsin tem pouco espaço de manobra. Novas eleições poderiam trazer uma Duma ainda mais oposicionista.
E já se foi o tempo em que Ieltsin podia contar com o apoio do Exército, como em 1993, para reprimir com violência um Parlamento rebelde.



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