São Paulo, segunda-feira, 08 de outubro de 2001

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Rússia declara apoio à ação militar

DA REDAÇÃO

O governo russo declarou seu total apoio à ação militar contra o Taleban iniciada ontem pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido, afirmando que o terrorismo internacional deve ser punido.
Em uma declaração divulgada pela televisão local, o Ministério de Relações Exteriores da Rússia afirmou que o Afeganistão, sob o controle do Taleban, transformou-se em "um centro internacional de terrorismo e de extremismo" e em um porto seguro para terroristas. "Onde quer que estejam -no Afeganistão, na Tchetchênia, no Oriente Médio ou nos Bálcãs-, os terroristas precisam saber que eles serão submetidos à Justiça", diz a nota.
Vladimir Putin, presidente da Rússia, estava comemorando seus 49 anos ontem quando recebeu um telefone do presidente americano George W. Bush pouco antes do início dos ataques. "Bush informou o presidente (Putin) sobre o início das operações. Ele fez isso antes de o ataque começar", afirmou Sergei Prikhodko, chefe do conselho de política externa de Putin.
Desde os atentados de 11 de setembro, Putin tem apoiado os EUA para que desenvolva uma coalização internacional de combate ao terrorismo, especialmente a Osama bin Laden.
Em um sinal de seu novo relacionamento com os EUA, a Rússia não colocou seus sistemas de defesa aérea em estado de alerta depois dos ataques americanos. Durante a Guerra Fria, as defesas aéreas russas eram colocadas em alerta ao menor indício de alguma atividade militar dos EUA.
Em um importante gesto de apoio aos EUA, a Rússia pediu ao Tadjiquistão e ao Uzbequistão que não interrompessem a cooperação militar com Washington. Cerca de mil tropas americanas viajaram para o Uzbequistão -oficialmente para participar de operações de busca e resgate.
Fontes do Ministério de Defesa russo afirmaram que uma equipe especial de oficiais foi enviada para o Uzbequistão para se juntar às forças americanas.
De acordo com fontes do governo do Tadjiquistão, as forças armadas do país foram colocadas em estado de alerta após os ataques dos EUA ao Afeganistão.
Uma divisão russa no Tadjiquistão está em alerta, principalmente para ajudar a controlar o fluxo de refugiados afegãos.
O apoio que os russos têm dado aos EUA desde os atentados a Nova York e ao Pentágono indica que a Rússia quer se aliar ao Ocidente na luta contra o terrorismo internacional, que pode ser capaz de ajudar o país a reduzir ou acabar com os ataques terroristas que vem sofrendo internamente.
Parte dos veteranos da Guerra do Afeganistão, que lutaram contra a antiga União Soviética, uniu-se a rebeldes tchetchenos. Segundo o Kremlin, esses terroristas foram responsáveis, em 1999, por atentados a bomba em Moscou e outras cidades russas, que levaram a Rússia a realizar uma ofensiva que permitiu reconquistar parte da Tchetchênia.


Com agências internacionais



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