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NO BRASIL
Presidente diz esperar que operações "não tenham consequências trágicas" e preservem civis
FHC apóia ataque e diz que luta não comporta hesitações
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA
O presidente Fernando Henrique Cardoso manifestou ontem
em nota oficial o apoio do governo brasileiro aos ataques dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha
contra o Afeganistão. "Quero reiterar que essa luta é de toda a comunidade internacional e não
comporta hesitações nem transigência", diz FHC na nota.
FHC havia declarado por antecipação, na semana passada, o
apoio brasileiro a uma ação armada contra o Afeganistão -país
que, segundo ele, treinava e protegia terroristas.
Ontem, depois de divulgar a nota, o presidente convocou os ministros Pedro Malan (Fazenda) e
Celso Lafer (Relações Exteriores)
para discutir os efeitos da guerra.
Hoje, discutirá o assunto durante
almoço com o presidente da Argentina, Fernando de la Rúa, no
Palácio da Alvorada.
FHC foi informado oficialmente
do início das operações pelo secretário de Estado norte-americano, Colin Powel. Ele telefonou para o Alvorada, em nome de Bush,
"para informar que essas operações visam exclusivamente objetivos militares e que procurarão
poupar a população civil".
Desde os atentados contra os
EUA, em 11 de setembro, FHC
vem afirmando que a guerra não
seria contra um povo, um país ou
uma religião, mas contra uma rede de terroristas infiltrada em diversos países.
Na semana passada, disse que o
Taleban, milícia que governa o
Afeganistão, havia perdido a "base moral" para conviver entre os
países civilizados, por proteger
terroristas.
Ao ser informado dos ataques, o
ministro da Justiça, José Gregori,
determinou à Polícia Federal que
reforce as medidas de segurança
nos aeroportos brasileiros e que
se intensifique a revista de bagagens e passageiros, principalmente em vôos internacionais.
Gregori relatou a FHC as medidas de segurança que estão sendo
tomadas. Segundo a assessoria do
ministro, o presidente não achou
necessário convocar uma reunião
do Conselho de Defesa Nacional
para avaliar a situação.
Embaixada
Após o início dos ataques ao
Afeganistão, a segurança na Embaixada dos Estados Unidos em
Brasília foi reforçada. O acesso
principal à embaixada foi fechado
e três viaturas da Polícia Militar e
dez policiais controlam a entrada
e saída de carros.
Não houve reforço policial na
proteção às embaixadas do Reino
Unido e de Israel, onde, desde 11
de setembro, há uma viatura e
dois policiais.
Além do Brasil, os demais países
do Mercosul -Argentina, Uruguai e Paraguai- vão reforçar a
segurança contra o terrorismo na
região.
No encontro de hoje com FHC,
o presidente argentino discutirá
possíveis medidas conjuntas de
segurança.
A reunião, originalmente marcada para a noite, em São Paulo,
para discutir os problemas econômicos dos dois países e o futuro
do Mercosul, foi antecipada com
a inclusão do novo tema na pauta
de discussões.
No Uruguai, o presidente Jorge
Batlle está utilizando as Forças
Armadas nas tarefas de coordenação de inteligência no combate ao
terrorismo. Os militares iniciaram suas operações no aeroporto
internacional de Carrasco, em
Montevidéu, no final da semana
passada. A idéia agora é estender
a atuação para outros locais.
Colaborou ROGERIO WASSERMANN, de
Buenos Aires
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