São Paulo, segunda-feira, 08 de outubro de 2001

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Ação é terrorismo, diz xeque no Brasil

SÉRGIO DURAN
DA REPORTAGEM LOCAL

O ataque americano ao Afeganistão foi classificado por líderes muçulmanos, ontem, em São Paulo, como um ato terrorista da mesma proporção do promovido contra o World Trade Center.
"Há dez anos, a fachada para os ataques ao Iraque era Saddam Hussein, mas quem sofreu foi o povo inocente, porque Saddam continua lá", afirmou o xeque Ali Abdoni, presidente brasileiro da Assembléia Mundial da Juventude Islâmica. "O que se faz agora, contra o Afeganistão, é terrorismo legal."
Para o xeque, o terrorista saudita Osama bin Laden "está sendo mais inteligente que o presidente dos Estados Unidos".
Abdoni diz que as autoridades americanas não apresentaram "provas convincentes" de que Bin Laden tenha sido o autor dos atentados. "Eles deveriam apresentá-las e conquistar a opinião pública nos países islâmicos."
Por outro lado, disse o xeque, o terrorista saudita conseguiu sair à frente com suas declarações à TV Al Jazeera. "Muito do que ele disse são verdades, do massacre aos povos iraquiano e palestino. Ele usou uma tática muito melhor, que, infelizmente, terá mais repercussão entre islâmicos."
Na mesquita da Sociedade Beneficente Muçulmana de São Paulo, na avenida do Estado, região central, o presidente da entidade, Muhamad Nassib Mourad, recebeu jornalistas para manifestar repúdio ao ataque americano.
Mourad comparou Bin Laden ao primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, para ele, um "terrorista oficial" que luta contra os palestinos com armas americanas.
"Se Osama e Taleban são culpados, têm de pagar. Ataque às milícias são aceitos, mas não ao povo", disse o vice-presidente da Assembléia, o xeque Jihad Hassan.


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