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Ação é terrorismo, diz xeque no Brasil
SÉRGIO DURAN
DA REPORTAGEM LOCAL
O ataque americano ao Afeganistão foi classificado por líderes
muçulmanos, ontem, em São
Paulo, como um ato terrorista da
mesma proporção do promovido
contra o World Trade Center.
"Há dez anos, a fachada para os
ataques ao Iraque era Saddam
Hussein, mas quem sofreu foi o
povo inocente, porque Saddam
continua lá", afirmou o xeque Ali
Abdoni, presidente brasileiro da
Assembléia Mundial da Juventude Islâmica. "O que se faz agora,
contra o Afeganistão, é terrorismo legal."
Para o xeque, o terrorista saudita Osama bin Laden "está sendo
mais inteligente que o presidente
dos Estados Unidos".
Abdoni diz que as autoridades
americanas não apresentaram
"provas convincentes" de que Bin
Laden tenha sido o autor dos
atentados. "Eles deveriam apresentá-las e conquistar a opinião
pública nos países islâmicos."
Por outro lado, disse o xeque, o
terrorista saudita conseguiu sair à
frente com suas declarações à TV
Al Jazeera. "Muito do que ele disse são verdades, do massacre aos
povos iraquiano e palestino. Ele
usou uma tática muito melhor,
que, infelizmente, terá mais repercussão entre islâmicos."
Na mesquita da Sociedade Beneficente Muçulmana de São
Paulo, na avenida do Estado, região central, o presidente da entidade, Muhamad Nassib Mourad,
recebeu jornalistas para manifestar repúdio ao ataque americano.
Mourad comparou Bin Laden
ao primeiro-ministro de Israel,
Ariel Sharon, para ele, um "terrorista oficial" que luta contra os palestinos com armas americanas.
"Se Osama e Taleban são culpados, têm de pagar. Ataque às milícias são aceitos, mas não ao povo", disse o vice-presidente da Assembléia, o xeque Jihad Hassan.
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