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Real sofrerá pressão do mercado após ofensiva dos EUA
DA REPORTAGEM LOCAL
A praça financeira do país deve
acordar hoje assustada com os
primeiros estilhaços da ofensiva
americana ao Afeganistão. Ainda
na tarde de ontem, depois do início da ação militar, executivos de
grandes bancos que operam no
Brasil foram convocados para
participar de reuniões de emergência. A previsão é que ocorra
forte pressão de alta sobre o dólar
e que a Bolsa caia.
O receio é que o novo conflito
leve a um desaquecimento ainda
maior da economia mundial, o
que tem efeito direto sobre as
contas externas brasileiras. Em
um cenário internacional adverso, exportações tendem a cair e
investidores evitam mercados
emergentes como. Na outra ponta, a crise pode elevar o preço do
petróleo, pressionando as importações brasileiras. "Embora estivessem todos de sobreaviso, ainda havia esperança de que Bin Laden fosse capturado e que não
houvesse guerra", disse ontem à
Folha Cláudio Lellis, diretor da filial do italiano BNL no país.
O economista Carlos Langoni,
da FGV, avalia que o ataque americano ao Afeganistão tende a reduzir o fluxo de capitais para o
Brasil. Segundo ele, a sensação de
incerteza tende a aumentar e investir em países emergentes passa
a ser uma aplicação de alto risco.
O ataque ao Afeganistão piora
as perspectivas de uma semana
que já não começava muito bem
para os mercados emergentes. Investidores estavam ansiosos em
razão das eleições legislativas na
Argentina, marcadas para o dia
14. "Os ataques aumentarão o
sentimento de aversão ao risco",
afirmou Lenora Suki, estrategista
do Santander Investment em Nova York. "Aumentará a pressão
em mercados emergentes como o
do Brasil e da Argentina."
No mundo
A ofensiva dos EUA contra o
Afeganistão já era esperada pelos
investidores, mas deve causar estrago nos mercados financeiros
de todo o mundo, dizem analistas. O tamanho desse estrago nos
EUA e na Europa ainda é incerto e
vai depender do desenrolar da
ação militar.
Os mercados futuros dos EUA
em Chicago abriram ontem à noite com queda moderada. A cautela dos investidores fez com que
poucos negócios fossem registrados nas primeiras horas de funcionamento. Nos mercados da
Austrália e da Nova Zelândia, o
dólar recuava.
Existe a expectativa de que os
preços do petróleo e do ouro
avancem nas primeiras horas desta segunda-feira, à semelhança do
que ocorreu logo após os atentados aos EUA no último dia 11 de
setembro. Analistas disseram ontem que a Bolsa de Nova York pode cair até 3%.
Com agências internacionais
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