São Paulo, terça-feira, 08 de outubro de 2002

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ÁSIA CENTRAL

Washington reitera que meta não é só Bin Laden

Ação dos EUA no Afeganistão faz 1 ano e não tem prazo para acabar

DA REDAÇÃO

A segunda-feira marcou o primeiro aniversário da guerra mundial contra o terrorismo empreendida pelos EUA. Há um ano começava o ataque contra o regime do Taleban, que dominava mais de 90% do território do Afeganistão, e a Al Qaeda, rede terrorista protegida por Cabul.
As primeiras incursões aéreas foram fulminantes, ensejando um rápido avanço das tropas terrestres da Aliança do Norte, principal coalizão opositora do Taleban. A sociedade americana, chocada com os ataques do dia 11 de setembro, apoiou em peso a ofensiva. A comunidade internacional aceitou e até ajudou no ataque, tácita ou explicitamente.
Hoje, um ano depois, a guerra ao terrorismo no Afeganistão tornou-se um conflito de baixa intensidade, com os diários ataques de rotina, as pequenas quantidades de munição apreendidas e a detenção esporádica de uns poucos suspeitos.
"Já faz um ano?", pergunta o soldado americano Thomas Corbin, da 82ª Divisão Aerotransportada. "Às vezes a gente nem se lembra em que mês estamos", diz.
Corbin, um jovem de Traverse City, Michigan (norte dos EUA), é um dos 10 mil soldados americanos acantonados no Afeganistão. Segundo o general Peter Pace, eles se dividem em tarefas que vão desde caçar o saudita Osama bin Laden, líder da Al Qaeda, até ajudar na construção de estradas.
O paradeiro de Bina Laden e do mulá Omar, líder do Taleban, ainda é um mistério. De tempos em tempos aparece uma nova versão de que os dois ainda estariam no Afeganistão, planejando outras ações, ou de que um deles teria morrido de problemas de estômago, ou de que ambos fugiram para o Iêmen, ou ainda "testemunhos" de que os dois foram para o Paquistão e assim por diante.
O secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, repete sempre que pode que achar Bin Laden não é a prioridade americana.
"O caso todo não é sobre ele [Bin Laden]. É um problema muito maior do que apenas um indivíduo", repetiu ontem.
Em relação às tropas, Rumsfeld afirma que elas ficarão na Ásia Central até que o novo governo afegão ganhe "um controle firme" sobre o país. "Não há como prever um cronograma [da retirada americana]", disse o chanceler afegão, Abdullah Abdullah.


Com agências internacionais



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