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RUMO À GUERRA
Ele tentaria convencer ontem os americanos e a comunidade internacional de que há motivos para agir contra Bagdá
Bush discursa por apoio a ataque ao Iraque
DA REDAÇÃO
O presidente dos EUA, George
W. Bush, fez um discurso à nação na noite de ontem em busca
de apoio doméstico e internacional aos seus planos de atacar o
Iraque e derrubar o ditador Saddam Hussein.
Bush voltou a acusar Bagdá de apoiar grupos terroristas, como a rede Al Qaeda, e de desenvolver armas de destruição em massa. Também disse que, se obtiver quantidade suficiente de urânio enriquecido, Saddam seria capaz de construir uma bomba atômica "em menos de um ano".
apresentou ao público os argumentos a Casa Branca
vê Saddam como uma ameaça a
ser contida com urgência.
"Enquanto há muitos perigos
no mundo, a ameaça do Iraque se
destaca. Por suas ações passadas e
presentes, por suas capacidades
tecnológicas, pela natureza impiedosa de seu regime, o Iraque é
único", diria Bush durante um
evento em Cincinnati (Ohio).
Embora dirigida ao público doméstico, a mensagem de Bush
tentaria angariar também apoio
internacional. Washington negocia no Conselho de Segurança da
ONU a aprovação de uma resolução criando um regime de inspeção de armas no Iraque mais rigoroso e ameaçando o uso da força
caso Saddam se negue a cooperar.
Enfrenta a oposição de França,
China e Rússia, que se dizem
abertos a negociar uma nova resolução contanto que ela não autorize os EUA a recorrer à opção
militar em caso de fracasso da nova missão de desarmamento.
Ao mesmo tempo, o governo
americano busca uma autorização no Congresso para, se necessário, atacar Bagdá.
No discurso, o presidente afirmaria que "aprovar uma resolução [no Congresso" não significa
que a ação militar seja iminente
ou inevitável". "A resolução dirá à
ONU que os EUA falam com uma
só voz e estão determinados a dar
significado às exigências do mundo civilizado."
Bush já chegou a um acordo
com a Câmara dos Representantes (deputados). Espera obter um
aval para o uso da força do Senado nos próximos dez dias. Os democratas (oposição), que têm
maioria entre os senadores e esperam voltar a dominar a Câmara
após as eleições de novembro, estão divididos sobre o tema.
Alguns líderes importantes da
oposição argumentam que Bush
ainda não os convenceu de que
Saddam seja uma ameaça tão
imediata a ponto de justificar
uma campanha militar que, além
de cara, poderia inflamar o já virulento antiamericanismo no
mundo muçulmano.
Pesquisas de opinião indicam
que cerca de 60% dos americanos
são favoráveis a uma guerra contra o Iraque. Esse apoio cai, entretanto, quando as pessoas são indagadas sobre a possibilidade de
uma ofensiva dos EUA sem o
apoio da ONU -Bush e seus assessores ameaçam agir unilateralmente contra Saddam se a comunidade internacional não tomar
providências para desarmá-lo.
"Saddam deve se desarmar ou,
em nome da paz, vamos liderar
uma coalizão para desarmá-lo",
diria o presidente ontem à noite.
Segundo o diário britânico "The
Independent", as forças militares
do Reino Unido esperam receber
até o fim do mês ordens para iniciar preparativos de guerra.
Segundo um cronograma estabelecido por oficiais em Londres e
Washington, uma campanha de
bombardeios aéreos poderia começar no final de novembro,
abrindo caminho para uma invasão por terra do Iraque no começo de 2003.
Com agências internacionais
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