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ORIENTE MÉDIO
Cidades que foram alvo dos atentados são freqüentadas por turistas israelenses e ficam perto da fronteira
Ataque triplo mata 35 em resorts no Egito
DA REDAÇÃO
Um triplo atentado terrorista
atingiu três localidades de veraneio freqüentadas por israelenses
na península do Sinai, no Egito,
perto da fronteira com Israel, e
mataram 35 pessoas. Autoridades
de Israel e do Egito afirmam que
os ataques foram terroristas.
Na primeira e mais potente explosão, ocorrida no hotel Hilton
de Taba, a apenas alguns metros
do posto fronteiriço que separa o
Egito de Israel, 33 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas.
A maioria delas é israelense,
mas há relatos de que turistas russos e funcionários egípcios também estariam entre as vítimas.
Segundo autoridades de segurança israelenses, um carro-bomba causou a explosão no hotel Hilton de Taba, que estava com a lotação completa.
Cerca de uma hora mais tarde,
duas explosões atingiram Ras al-Sultan e Nueiba, ambas localizadas a alguns quilômetros ao sul de
Taba. Duas pessoas morreram e
cerca de 30 ficaram feridas, segundo um hospital de Nueiba.
Autoridades do Egito afirmaram que em Nueiba e Ras al Sultan foram usados carro-bomba.
Taba, Nueiba e Ras al-Sultan
são conhecidas por atraírem turistas israelenses. Segundo autoridades de Israel, havia entre 12 mil
e 15 mil turistas do país no Sinai
aproveitando os últimos dias da
festividade judaica do Sukot.
O governo de Israel havia advertido no dia 9 de setembro aos cidadãos do país que não viajassem
à região do Sinai nesta época,
quando se comemora uma série
de festividades judaicas.
"Há uma concreta possibilidade
de que terroristas ataquem centros turísticos no Egito, especialmente no Sinai", disse na época a
Chancelaria de Israel.
Ontem, após as explosões, Israel
pediu que todos os seus cidadãos
que estivessem no Sinai deixassem o Egito imediatamente. Ao
menos 20 ônibus foram enviados
para a fronteira.
Nenhum grupo reivindicou os
supostos ataques. Mas a simultaneidade e a dimensão das explosões indicam que a ação, se confirmada, pode ter contado com a
colaboração de grupos ligados à
rede Al Qaeda, não se limitando a
organizações palestinas.
Os grupos terroristas Hamas, Jihad Islâmico e Brigadas dos Mártires de Al Aqsa até agora restringiram todos os seus ataques a Israel e aos territórios ocupados ao
longo dos quatro anos de Intifada
(levante palestino contra a ocupação israelense).
Porém, após a morte de uma liderança do Hamas em Damasco
(Síria) no mês passado, alguns integrantes do grupo chegaram a
ameaçar atacar israelenses fora de
Israel. Autoridades do alto escalão do grupo voltaram atrás mais
tarde, dizendo que as ações continuariam restritas ao território israelense e às áreas ocupadas.
Citando fontes de segurança, O
"Haaretz, afirmou em reportagem ontem que é improvável que
um grupo palestino como o Hamas tenha cometido os ataques.
Segundo o jornal israelense, o
grupo palestino não tem logística
para uma ação dessas. Além disso, o Hamas, assim como outros
grupos palestinos, reivindica os
seus ataques.
Tetemunhas afirmam que a fachada do hotel Hilton ficou destruída, dez andares pegaram fogo
e o teto do lobby do hotel caiu.
Autoridades egípcias afirmavam que a explosão começou na
cozinha, daí a suspeita inicial de
que teria sido um vazamento de
gás no hotel em Taba. Mas o jornal israelense "Haaretz" afirmou,
citando testemunhas, que explosão ocorreu na entrada do hotel,
tendo sido provocada por um carro-bomba.
Mahmoud Saleh, empregado
do hotel, disse que estava na dispensa quando escutou a explosão.
"Vi muitos feridos e acredito que
haja muitos mortos, incluindo israelenses e egípcios."
Ambulâncias de Israel atravessaram a fronteira para ajudar no
resgate. Inicialmente os egípcios
impediram a passagem, mas,
após contatos do governo israelense com o poder central do Egito no Cairo, a fronteira foi aberta.
Alguns feridos em estado grave
foram levados de helicóptero pra
Eilat, no lado israelense da fronteira, para receberem tratamento.
Médicos descreveram que dezenas de pessoas chegaram ensangüentadas.
Faixa de Gaza
As explosões de ontem ocorrem
em meio à ampla ofensiva israelense na faixa de Gaza. Ontem, em
mais dia de incursão, o Exército
de Israel matou dois adolescentes
palestinos e um suspeito de pertencer a grupos terroristas. Ao todo, 79 palestinos morreram na última semana.
Os EUA pediram explicações ao
premiê de Israel, Ariel Sharon, sobre as declarações de seu principal assessor, afirmando que a retirada de Gaza visa impedir a criação de um Estado palestino.
Com agências internacionais
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