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IRAQUE SOB TUTELA
Autoridades estrangeiras estão envolvidas, segundo texto de Duelfer, o chefe dos inspetores americanos no Iraque
Saddam tirou US$ 11 bi de programa da ONU, diz relatório
DA REDAÇÃO
O relatório feito pelo chefe dos
inspetores de armas dos EUA no
Iraque divulgado anteontem indica que o regime do ex-ditador
Saddam Hussein burlou o embargo econômico imposto ao Iraque,
corrompendo líderes internacionais por meio do programa petróleo por comida da ONU.
Saddam emitiu notas secretas
para a compra de petróleo para
determinadas figuras de diversos
países, que poderiam vendê-las
com lucro, segundo o informe de
Charles Duelfer -o mesmo que
afirma que o regime de Saddam
não possuía armas de destruição
em massa.
Entre os acusados está Benon
Sevan, que era a principal figura
da ONU no programa Petróleo
por Comida. O programa movimentou cerca de US$ 60 bilhões e
servia para que o Iraque trocasse a
sua produção de petróleo por comida e medicamentos.
O relatório informa que o governo iraquiano manipulou o
programa das Nações Unidas entre 1996 e 2003 para conseguir cerca de US$ 11 bilhões que foram
aplicados na compra de bens ilegais, incluindo componentes de
sistema de mísseis. O dinheiro
também foi usado para subornar
figuras internacionais que pudessem ajudar Saddam a burlar as
sanções impostas pela ONU.
Além de Sevan, estão relatório
de Duelfer a presidente da Indonésia, Megawati Sukarnoputri, o
político extremista russo Vladimir Zhirinovscky, o ex-ministro
do Interior francês Charles Pasqua e membros dos governos da
Namíbia, do Iêmen, da Jordânia,
da Síria, do Egito e da Turquia.
O porta-voz da ONU, Fred Eckhard, se recusou a comentar
"acusações específicas contra Sevan ou qualquer outra pessoa".
Ele afirmou que as conclusões da
ONU serão feitas apenas depois
da publicação de seus relatório interno, prevista para 2005.
Zhirinovscky, que fez freqüentes viagens para se encontrar com
Saddam no Iraque e pediu um incremento nas negociações do país
com a Rússia, rejeitou as acusações feitas pelo informe.
Além dele, o relatório cita também as empresas petrolíferas russas Yukos e Lukoil. A direção dessas companhias não foi encontrada para comentar as acusações.
O escritório de Pasqua em Paris
afirmou que ex-ministro e hoje
senador não estava disponível para conceder entrevistas.
Porém a Chancelaria francesa,
por meio do porta-voz Hervé
Ladsous, pediu cautela diante das
informações do relatório, afirmando que as pessoas e os países
acusados não foram ouvidos para
apresentar a sua versão.
Violência
Ao menos 18 pessoas foram
mortas e outras 28 feridas em dois
bombardeios norte-americanos
em Fallujah, ontem e na madrugada de hoje. Em Bagdá, mísseis
foram lançados por insurgentes
contra um hotel onde se hospedam muitos jornalistas e empresários estrangeiros. Não houve vítimas. Os EUA anunciaram a soltura de 240 presos iraquianos.
Reconstrução
Metade dos fundos para a reconstrução do Iraque estão sendo
gastos com segurança, segundo
Charles Hess, que é o funcionário
dos EUA responsável pelas negociações orçamentárias no Iraque.
Inicialmente, a porcentagem prevista era de 30%.
Com agências internacionais
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