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João Paulo 2º
pede a teólogos
análise do limbo
DA REDAÇÃO
O papa João Paulo 2º, 84, demonstrou ontem que ainda se
preocupa com um dos elementos mais esquecidos da teologia
católica e sempre associado ao
pensamento da época medieval: o limbo -local para onde,
segundo a tradição católica,
vão as crianças que morrem
antes de serem batizadas, porque não merecem nem o céu
nem o inferno.
O pontífice pediu a teólogos
que refletissem com mais empenho e que apresentassem
"uma forma mais coerente e
iluminada" para descrever o
destino desses inocentes.
De acordo com o ensinamento católico, o batismo tem a
função de remover o pecado
original que tem manchado todas as almas desde a expulsão
do Jardim do Éden.
A solicitação do papa foi feita
por meio de uma mensagem à
Comissão Internacional Teológica, que está discutindo, nas
palavras de João Paulo 2º, "o
destino dos bebês sem batismo". A comissão é presidida
pelo cardeal conservador Joseph Ratzinger.
"É uma questão de interesse
máximo", afirma o papa. "Não
se trata simplesmente de um
problema teológico isolado.
Outros temas muito fundamentais se relacionam com este, como a vontade salvadora
universal de Cristo, o papel da
igreja, o sacramento universal
da salvação, a teologia dos sacramentos ou o sentido da
doutrina sobre o pecado original."
De origem latina, a palavra
"limbo" significa "fronteira"
ou "limite" e designa um estado ou lugar reservado aos mortos sem batismo, inclusive pessoas que viveram antes do nascimento de Jesus Cristo. É um
local sem punições, mas distante de Deus.
O papa também ressaltou a
importância da lei moral natural, o conjunto de normas que
o homem é capaz de reconhecer graças à razão.
"Tem sido sempre uma convicção da igreja que Deus tenha
disponibilizado ao homem a
capacidade de alcançar o conhecimento das verdades fundamentais sobre a vida e sobre
seu destino, amparado pela luz
de sua razão."
Com agências internacionais
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