São Paulo, sexta-feira, 08 de outubro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

João Paulo 2º pede a teólogos análise do limbo

DA REDAÇÃO

O papa João Paulo 2º, 84, demonstrou ontem que ainda se preocupa com um dos elementos mais esquecidos da teologia católica e sempre associado ao pensamento da época medieval: o limbo -local para onde, segundo a tradição católica, vão as crianças que morrem antes de serem batizadas, porque não merecem nem o céu nem o inferno.
O pontífice pediu a teólogos que refletissem com mais empenho e que apresentassem "uma forma mais coerente e iluminada" para descrever o destino desses inocentes.
De acordo com o ensinamento católico, o batismo tem a função de remover o pecado original que tem manchado todas as almas desde a expulsão do Jardim do Éden.
A solicitação do papa foi feita por meio de uma mensagem à Comissão Internacional Teológica, que está discutindo, nas palavras de João Paulo 2º, "o destino dos bebês sem batismo". A comissão é presidida pelo cardeal conservador Joseph Ratzinger.
"É uma questão de interesse máximo", afirma o papa. "Não se trata simplesmente de um problema teológico isolado. Outros temas muito fundamentais se relacionam com este, como a vontade salvadora universal de Cristo, o papel da igreja, o sacramento universal da salvação, a teologia dos sacramentos ou o sentido da doutrina sobre o pecado original."
De origem latina, a palavra "limbo" significa "fronteira" ou "limite" e designa um estado ou lugar reservado aos mortos sem batismo, inclusive pessoas que viveram antes do nascimento de Jesus Cristo. É um local sem punições, mas distante de Deus.
O papa também ressaltou a importância da lei moral natural, o conjunto de normas que o homem é capaz de reconhecer graças à razão.
"Tem sido sempre uma convicção da igreja que Deus tenha disponibilizado ao homem a capacidade de alcançar o conhecimento das verdades fundamentais sobre a vida e sobre seu destino, amparado pela luz de sua razão."


Com agências internacionais


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Europa: Prefeito de Paris cobra parcimônia e união da esquerda
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.