São Paulo, domingo, 08 de outubro de 2006

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Coréia do Sul reage a tiros contra soldados do Norte

Incidente aumenta tensão causada por projeto norte-coreano de testar a bomba

Grupo de militares da Coréia do Norte atravessou zona da fronteira; Seul acredita que intenção pode ter sido testar sistema de vigilância

Ahn Young-joon - 07.jul.2006/Associated Press
Soldado sul-coreano na fronteira; incursão foi de 30 metros


DA REDAÇÃO

Militares sul-coreanos dispararam ontem 40 tiros de advertência na zona desmilitarizada que separa os dois países para forçar o recuo de cinco soldados norte-coreanos que haviam atravessado a fronteira. O incidente ocorre em meio às tensões geradas na terça-feira pela Coréia do Norte, ao anunciar que se preparava para fazer seu primeiro teste nuclear.
A península do nordeste asiático foi dividida em dois países após a Guerra da Coréia (1950-1953), em que se enfrentaram o norte comunista e o sul pró-ocidental. Política e diplomaticamente isolada, a Coréia do Norte foi incluída pelo presidente George W. Bush no chamado "eixo do mal". O país argumenta que a obtenção da bomba atômica seria um meio para se proteger de uma suposta agressão americana.
O incidente de ontem ocorreu por volta do meio-dia, horário local, quando cinco militares norte-coreanos penetraram não mais que 30 metros em território sul-coreano. Segundo informantes do Estado-Maior da Coréia do Sul, não houve feridos, e não está claro se o grupo procurava testar o sistema de vigilância territorial de Seul.
O incidente, dizem observadores, seria secundário se não fosse a possível iminência da explosão da primeira bomba norte-coreana. Os EUA acreditam que isso pode ocorrer até amanhã, enquanto a China revelou que o teste se daria a 2.000 metros de profundidade, numa mina desativada.

"Punições severas"
O primeiro-ministro japonês Shinzo Abe viaja hoje para Pequim para se encontrar com o presidente chinês Hu Jintao. Na segunda-feira, ele segue para Seul, onde se encontrará com o presidente da Coréia do Sul Roh Moo-hyun. Será a primeira visita internacional feita por Abe desde que assumiu o poder, em 26 de setembro.
O Ministério das Relações Exteriores do Japão afirmou em nota que "se a Coréia do Norte efetuar o teste, o Conselho de Segurança deverá reagir por meio de punições severas".
O impacto da crise em toda a região do Pacífico é demonstrado pela reação até das Filipinas, cuja presidente, Glória Macapagal Arroyo, afirmou que o teste nuclear "colocaria em perigo a segurança asiática".
Na sexta-feira, o Conselho de Segurança da ONU fez uma advertência à Coréia do Norte para que não cumprisse a ameaça de realizar o teste nuclear, sob o risco de sofrer sanções. O órgão, contudo, não especificou o tipo de punição que poderá aplicar.


Com agências internacionais


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