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Coréia do Sul reage a tiros contra soldados do Norte
Incidente aumenta tensão causada por projeto norte-coreano de testar a bomba
Grupo de militares da Coréia
do Norte atravessou zona
da fronteira; Seul acredita
que intenção pode ter sido
testar sistema de vigilância
Ahn Young-joon - 07.jul.2006/Associated Press
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Soldado sul-coreano na fronteira; incursão foi de 30 metros |
DA REDAÇÃO
Militares sul-coreanos dispararam ontem 40 tiros de advertência na zona desmilitarizada
que separa os dois países para
forçar o recuo de cinco soldados norte-coreanos que haviam
atravessado a fronteira. O incidente ocorre em meio às tensões geradas na terça-feira pela
Coréia do Norte, ao anunciar
que se preparava para fazer seu
primeiro teste nuclear.
A península do nordeste asiático foi dividida em dois países
após a Guerra da Coréia (1950-1953), em que se enfrentaram o
norte comunista e o sul pró-ocidental. Política e diplomaticamente isolada, a Coréia do
Norte foi incluída pelo presidente George W. Bush no chamado "eixo do mal". O país argumenta que a obtenção da
bomba atômica seria um meio
para se proteger de uma suposta agressão americana.
O incidente de ontem ocorreu por volta do meio-dia, horário local, quando cinco militares norte-coreanos penetraram
não mais que 30 metros em território sul-coreano. Segundo
informantes do Estado-Maior
da Coréia do Sul, não houve feridos, e não está claro se o grupo procurava testar o sistema
de vigilância territorial de Seul.
O incidente, dizem observadores, seria secundário se não
fosse a possível iminência da
explosão da primeira bomba
norte-coreana. Os EUA acreditam que isso pode ocorrer até
amanhã, enquanto a China revelou que o teste se daria a
2.000 metros de profundidade,
numa mina desativada.
"Punições severas"
O primeiro-ministro japonês
Shinzo Abe viaja hoje para Pequim para se encontrar com o
presidente chinês Hu Jintao.
Na segunda-feira, ele segue para Seul, onde se encontrará
com o presidente da Coréia do
Sul Roh Moo-hyun. Será a primeira visita internacional feita
por Abe desde que assumiu o
poder, em 26 de setembro.
O Ministério das Relações
Exteriores do Japão afirmou
em nota que "se a Coréia do
Norte efetuar o teste, o Conselho de Segurança deverá reagir
por meio de punições severas".
O impacto da crise em toda a
região do Pacífico é demonstrado pela reação até das Filipinas,
cuja presidente, Glória Macapagal Arroyo, afirmou que o
teste nuclear "colocaria em perigo a segurança asiática".
Na sexta-feira, o Conselho de
Segurança da ONU fez uma advertência à Coréia do Norte para que não cumprisse a ameaça
de realizar o teste nuclear, sob o
risco de sofrer sanções. O órgão, contudo, não especificou o
tipo de punição que poderá
aplicar.
Com agências internacionais
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