São Paulo, sexta-feira, 08 de novembro de 2002

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Resolução dos EUA será votada hoje na ONU

DA REUTERS

Será votada hoje pela manhã a nova resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre o Iraque. "Houve acordo para que a votação seja realizada", disse o embaixador britânico nas Nações Unidas, Jeremy Greenstock.
Os EUA e a França chegaram a um acordo ontem sobre uma proposta de resolução apresentada anteontem ao Conselho de Segurança que dá ao Iraque uma última chance de se desarmar.
Após negociações ontem, autoridades americanas retiraram uma frase controversa que permitiria que os EUA, e não apenas os inspetores de armas da ONU, declarassem que o Iraque estaria cometendo "mais violações" de resoluções do CS, o que poderia justificar uma guerra. A França declarou então seu apoio ao texto, afirmaram diplomatas.
Segundo eles, o acordo foi atingido após uma conversa telefônica ontem entre o presidente dos EUA, George W. Bush, e o presidente da França, Jacques Chirac.
Mas a Rússia, cujo presidente, Vladimir Putin, também conversou com Bush ontem, não sinalizou se votaria a favor da resolução ou se absteria. Não é esperado que o país use seu poder veto para bloquear a resolução, mas os EUA e o Reino Unido querem uma decisão unida do CS para enviar uma mensagem clara ao Iraque.
"Estou otimista quanto ao fato de que vamos ter a votação sobre a resolução amanhã [hoje]", disse Bush ontem. "Quando essa resolução passar, poderei dizer que a ONU reconheceu a ameaça e que agora vamos trabalhar juntos para desarmar [o ditador iraquiano, Saddam Hussein]."
O novo texto, o terceiro após dois meses de negociações, inclui concessões que dariam um papel limitado ao CS antes de qualquer ataque militar. Mas ele ainda deixa Washington livre para atacar o Iraque se o país não cooperar com os inspetores de armas da ONU -cuja missão é verificar quais são e onde estão as armas de destruição em massa de Bagdá.
A França e a Rússia queriam assegurar que a resolução não contivesse "gatilhos ocultos" que permitiriam que Washington atacasse o Iraque quando quisesse e depois dissesse que o havia feito com a autorização da ONU.
A Síria queria que a votação fosse adiada até segunda-feira.



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