|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EUA
Juízes questionam a constitucionalidade da proibição
Um dia depois, tribunais sustam lei antiaborto assinada por Bush
DA ASSOCIATED PRESS
Apenas um dia após o presidente George W. Bush ter sancionado a proibição do aborto tardio
nos Estados Unidos, a nova lei já
teve a sua aplicação suspensa em
grande parte do país. Decisões
provisórias de juízes federais de
San Francisco e Nova York dão o
direito à maioria dos médicos que
realizam esse procedimento de
continuar com a prática.
As sentenças da juíza Phyllis
Hamilton, de San Francisco, e do
juiz Richard Casey, de Nova York,
beneficiam médicos da Federação
Nacional de Aborto, bem como
aqueles que trabalham em 900 clínicas da instituição Paternidade
Planejada. A federação afirma ser
responsável por metade dos abortos realizados nos Estados Unidos. As decisões da cortes impedem a execução da lei até que uma
arguição de sua constitucionalidade seja realizada.
Governo reage
Em reação às decisões dos tribunais, o Departamento da Justiça
emitiu um comunicado em que
afirma que irá "continuar a defender com firmeza a lei que proíbe o
aborto com nascimento parcial
usando todos os recursos disponíveis".
O advogado do departamento
Anthony Coppolino disse à juíza
Hamilton que "o julgamento do
Congresso deveria prevalecer" e
que a lei não deveria ser suspensa
simplesmente porque ela "não
concordava" com seu conteúdo.
Segundo a sentença de Hamilton, a lei aparenta ser inconstitucional porque não prevê nenhuma exceção para casos em que a
saúde da mãe corre risco. Esse é o
mesmo argumento do juiz Casey
e também foi a razão invocada pelo ex-presidente democrata Bill
Clinton (1993-2000) para vetar
duas leis similares que haviam sido aprovadas anteriormente pelo
Congresso.
A lei sancionada por Bush proíbe o aborto a partir do segundo
trimestre de gestação, procedimento chamado de "aborto com
nascimento parcial" por grupos
que defendem o direito à vida.
Nesse método, geralmente utilizado em casos em que há riscos
para a saúde da mãe, o parto é induzido e, quando o feto está parcialmente fora do corpo da gestante, é morto por meio de uma
perfuração no crânio.
A nova lei determina uma sentença de dois anos de prisão para
os médicos que a descumprirem.
Texto Anterior: Situação piora no Afeganistão; EUA temem sequestro de jornalistas Próximo Texto: América Latina: 19% dos argentinos dependem de auxílio estatal para sobreviver Índice
|