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ALBERT NO BRASIL
Príncipe vem "vender" Mônaco
da enviada especial a Mônaco
Chega amanhã ao Brasil, para
uma visita oficial de quatro dias, o
príncipe Albert, herdeiro do trono
de Mônaco. Com a visita, o príncipe pretende estabelecer novas relações comerciais entre os dois países e começar a se firmar na comunidade internacional como um novo chefe de Estado.
Em entrevista concedida no Palácio de Mônaco, Albert destacou
que pretende mudar a imagem de
seu país no exterior. "Já estamos
tentando, há alguns anos, mudar a
imagem de Mônaco. As pessoas
pensam que somos um país exclusivamente turístico, onde só há diversão, luxo e riqueza. Temos empresas e indústrias e é isso que queremos mostrar ao mundo", disse.
Dessa vez, na sua terceira visita
ao país, não haverá nada de samba,
futebol ou carnaval. Nem Rio de
Janeiro. Albert se encontrará amanhã, em São Paulo, com representantes da Febraban (Federação
Brasileira das Associações de Bancos), para apresentar a situação financeira do principado.
A visita se encerra na quarta-feira à tarde, em Brasília, quando o
príncipe monegasco será recebido
pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.
Falta de lazer
Mas Albert lamentou que as horas de lazer não estão inclusas em
sua agenda oficial. "Não sei se terei
tempo, mas adoraria assistir a uma
partida de futebol no Brasil", disse
o príncipe, fanático confesso pelo
esporte.
Sem fugir de sua visita de Estado,
o "solteiro mais cobiçado da Europa", como Albert é conhecido, tem
vários amigos no Brasil, com os
quais pretende se encontrar durante sua estada. "Tenho diversos
amigos brasileiros que conheci
quando estive na Inglaterra fazendo um curso de literatura."
Entre as propostas que serão discutidas no Brasil, Albert destacou a
possibilidade de oferecer a tecnologia em meio ambiente desenvolvida por técnicos de Mônaco há alguns anos. A estrutura logística no
setor turístico do país também poderá fornecer know-how ao setor
do turismo no Brasil.
Fora da crise
Um dos símbolos da riqueza e do
luxo na Europa, com uma taxa de
desemprego de cerca de 1%, a crise
financeira internacional parece ter
passado bem longe de Mônaco.
"Sentimos também a crise com
os reflexos diretos da Itália e da
França. Posso dizer que foi afetado
o setor de turismo, pois, com a crise, as pessoas viajam menos. Mas,
ainda assim, os últimos três anos
foram espetaculares do ponto de
vista econômico para Mônaco",
afirmou Albert, que se mostrou
bem informado sobre as dificuldades financeiras dos outros países.
"Muitos países passam por sérias
desigualdades. Não sei exatamente
qual a solução para o problema. Sei
que é preciso fazer alguma coisa",
disse o filho do príncipe Rainier e
de Grace Kelly (morta em 1983).
(MARIANA SGARIONI)
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