São Paulo, domingo, 8 de novembro de 1998

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ALBERT NO BRASIL
Príncipe vem "vender" Mônaco

da enviada especial a Mônaco

Chega amanhã ao Brasil, para uma visita oficial de quatro dias, o príncipe Albert, herdeiro do trono de Mônaco. Com a visita, o príncipe pretende estabelecer novas relações comerciais entre os dois países e começar a se firmar na comunidade internacional como um novo chefe de Estado.
Em entrevista concedida no Palácio de Mônaco, Albert destacou que pretende mudar a imagem de seu país no exterior. "Já estamos tentando, há alguns anos, mudar a imagem de Mônaco. As pessoas pensam que somos um país exclusivamente turístico, onde só há diversão, luxo e riqueza. Temos empresas e indústrias e é isso que queremos mostrar ao mundo", disse.
Dessa vez, na sua terceira visita ao país, não haverá nada de samba, futebol ou carnaval. Nem Rio de Janeiro. Albert se encontrará amanhã, em São Paulo, com representantes da Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos), para apresentar a situação financeira do principado.
A visita se encerra na quarta-feira à tarde, em Brasília, quando o príncipe monegasco será recebido pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.

Falta de lazer
Mas Albert lamentou que as horas de lazer não estão inclusas em sua agenda oficial. "Não sei se terei tempo, mas adoraria assistir a uma partida de futebol no Brasil", disse o príncipe, fanático confesso pelo esporte.
Sem fugir de sua visita de Estado, o "solteiro mais cobiçado da Europa", como Albert é conhecido, tem vários amigos no Brasil, com os quais pretende se encontrar durante sua estada. "Tenho diversos amigos brasileiros que conheci quando estive na Inglaterra fazendo um curso de literatura."
Entre as propostas que serão discutidas no Brasil, Albert destacou a possibilidade de oferecer a tecnologia em meio ambiente desenvolvida por técnicos de Mônaco há alguns anos. A estrutura logística no setor turístico do país também poderá fornecer know-how ao setor do turismo no Brasil.

Fora da crise
Um dos símbolos da riqueza e do luxo na Europa, com uma taxa de desemprego de cerca de 1%, a crise financeira internacional parece ter passado bem longe de Mônaco.
"Sentimos também a crise com os reflexos diretos da Itália e da França. Posso dizer que foi afetado o setor de turismo, pois, com a crise, as pessoas viajam menos. Mas, ainda assim, os últimos três anos foram espetaculares do ponto de vista econômico para Mônaco", afirmou Albert, que se mostrou bem informado sobre as dificuldades financeiras dos outros países.
"Muitos países passam por sérias desigualdades. Não sei exatamente qual a solução para o problema. Sei que é preciso fazer alguma coisa", disse o filho do príncipe Rainier e de Grace Kelly (morta em 1983). (MARIANA SGARIONI)



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