São Paulo, sábado, 08 de dezembro de 2001

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EUA sustam acordo sobre veto a armas biológicas e irritam Europa

DA REDAÇÃO

Os EUA forçaram a suspensão dos trabalhos da conferência internacional sobre a proibição de armas biológicas, ontem em Genebra (Suíça), que terminou sem aprovar novas medidas para a restrição desse tipo de arma.
A ação surpreendeu e irritou os países da União Européia. Nas palavras de um diplomata europeu à agência "Reuters", foi um "míssil" contra o tratado antiarmas biológicas.
Para não fracassar completamente, a conferência, que buscava dar maior alcance à Convenção de Armas Biológicas e Tóxicas, de 1972, concordou em suspender os trabalhos por um ano.
Diferentemente de outros tratados sobre armas, o pacto de armas biológicas, assinado por 144 países, não tem um mecanismo para conferir se os países-membros estão obedecendo as regras. O tratado de 1972 proíbe a fabricação e o armazenamento desse tipo de arma de guerra e sugere a sua destruição.
Uma comissão estabelecida pela conferência estava trabalhando havia seis anos para estabelecer formas de controle sobre a produção e o uso de armas biológicas.
Antes de a conferência começar, os Estados Unidos haviam rejeitado o rascunho de um protocolo proposto pela comissão, que instituiria um sistema de checagens relâmpagos aleatórias em instalações suspeitas.
Os EUA afirmaram que o sistema proposto iria expor suas instalações industriais e militares à espionagem, sem oferecer garantias de que países que rompem o tratado seriam pegos.
Ontem, uma hora antes da conclusão da conferência, iniciada em 19 de novembro, os americanos pediram formalmente o cancelamento do mandato da comissão negociadora.
John Bolton, subsecretário de Estado dos EUA, declarou que a convenção não serviu, por exemplo, para impedir os recentes ataques com antraz. Ele afirmou que Coréia do Norte, Iraque, Irã, Líbia, Sudão e Síria, signatários da convenção, continuam produzindo armas biológicas.
Nas negociações, os países signatários haviam concordado sobre uma série de medidas, mas permaneciam bastante divididos em vários pontos importantes, incluindo o futuro da chamada comissão de negociação ad hoc, que buscava maneiras de tornar o pacto verificável.
Uma nova conferência foi marcada para novembro de 2002, também em Genebra.


Com agências internacionais

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