São Paulo, sexta-feira, 09 de janeiro de 2004

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IRAQUE OCUPADO

Em Bagdá, avião americano faz pouso forçado; testemunhas e militares cogitam ataques nos dois casos

Queda de helicóptero em Fallujah mata 9 americanos

DA REDAÇÃO

Ao menos nove soldados dos EUA morreram ontem quando um helicóptero militar de resgate médico caiu em Fallujah, a oeste de Bagdá e um dos principais focos de tensão no Iraque. Testemunhas iraquianas afirmaram que a aeronave, que tinha uma grande cruz vermelha pintada na fuselagem, foi atingida por um míssil.
Na capital, um avião de transporte C-5 usado pelos EUA fez um pousou forçado no aeroporto após ser atingido por insurgentes, informou um representante do Pentágono. Além disso, um dos 31 soldados feridos no ataque com morteiros contra uma base dos EUA na véspera morreu ontem. O Pentágono retificou o número após anunciar 35 feridos.
O incidente envolvendo o helicóptero, um Black Hawk, aconteceu por volta das 14h20 (hora local), na região de Fallujah -onde insurgentes derrubaram três aeronaves nos últimos dois meses.
Segundo o general Mark Kimmitt, o aparelho participava de um vôo de rotina. Não se sabe ainda se havia pacientes a bordo. Normalmente, o Black Hawk tem quatro tripulantes -não nove.
O comando americano está investigando a causa da queda, embora testemunhas tenham dito que o Black Hawk, que voava ao lado de um segundo helicóptero, tenha sido atingido por um míssil. Fallujah é um dos principais centros da insurgência iraquiana e fica no Triângulo Sunita, região a noroeste de Bagdá que concentra simpatizantes do regime deposto. Em Tikrit, na mesma região, um membro da Defesa Civil iraquiana, alinhada aos EUA, foi morto.
Em novembro, o abate de um helicóptero Chinook em Fallujah deixou 16 mortos e 26 feridos, e a queda de dois Black Hawk atingidos por granadas em Mossul (norte) matou 17 soldados.
Antes da queda do helicóptero ontem, um avião de transporte havia feito um pouso forçado na capital após sofrer "contínuas turbulências no motor". Um representante do Pentágono pedindo anonimato afirmou que a aeronave também foi atingida por insurgentes. Nenhum dos 63 tripulantes e passageiros foi ferido.
Poucos vôos civis decolam do aeroporto, alvo frequente dos lança-foguetes da insurgência. Em 22 de novembro, um avião da empresa de entregas DHL foi atingido em um ataque com foguetes que não deixou feridos.
Na tentativa de incentivar a deposição das armas, o Exército americano paga US$ 1.200 por cada míssil entregue. Só um contrabandista já entregou 300 mísseis.
Ataques da insurgência já mataram 217 soldados americanos desde que o presidente George W. Bush declarou o fim dos principais confrontos, em 1º de maio.

Violações
O ministro dos Direitos Humanos do Iraque, Abdel Baset Turki, denunciou ontem os EUA por violar os direitos humanos no Iraque. "O Conselho de Governo Iraquiano rechaça as violações norte-americanas contra o povo iraquiano e trabalha para impedi-las", disse Turki no Cairo, onde se reuniu com representantes da Liga Árabe.
Turki criticou o grande número de iraquianos detidos pelos EUA nos últimos meses, classificando-o como "inaceitável". Neste mês, três militares americanos foram exonerados por maltratarem prisioneiros iraquianos. Um grupo de soldados britânicos é investigado pelo mesmo motivo.


Com agências internacionais

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