|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
IRAQUE OCUPADO
Em Bagdá, avião americano faz pouso forçado; testemunhas e militares cogitam ataques nos dois casos
Queda de helicóptero em Fallujah mata 9 americanos
DA REDAÇÃO
Ao menos nove soldados dos
EUA morreram ontem quando
um helicóptero militar de resgate
médico caiu em Fallujah, a oeste
de Bagdá e um dos principais focos de tensão no Iraque. Testemunhas iraquianas afirmaram que a
aeronave, que tinha uma grande
cruz vermelha pintada na fuselagem, foi atingida por um míssil.
Na capital, um avião de transporte C-5 usado pelos EUA fez
um pousou forçado no aeroporto
após ser atingido por insurgentes,
informou um representante do
Pentágono. Além disso, um dos
31 soldados feridos no ataque
com morteiros contra uma base
dos EUA na véspera morreu ontem. O Pentágono retificou o número após anunciar 35 feridos.
O incidente envolvendo o helicóptero, um Black Hawk, aconteceu por volta das 14h20 (hora local), na região de Fallujah -onde
insurgentes derrubaram três aeronaves nos últimos dois meses.
Segundo o general Mark Kimmitt, o aparelho participava de
um vôo de rotina. Não se sabe ainda se havia pacientes a bordo.
Normalmente, o Black Hawk tem
quatro tripulantes -não nove.
O comando americano está investigando a causa da queda, embora testemunhas tenham dito
que o Black Hawk, que voava ao
lado de um segundo helicóptero,
tenha sido atingido por um míssil.
Fallujah é um dos principais centros da insurgência iraquiana e fica no Triângulo Sunita, região a
noroeste de Bagdá que concentra
simpatizantes do regime deposto.
Em Tikrit, na mesma região, um
membro da Defesa Civil iraquiana, alinhada aos EUA, foi morto.
Em novembro, o abate de um
helicóptero Chinook em Fallujah
deixou 16 mortos e 26 feridos, e a
queda de dois Black Hawk atingidos por granadas em Mossul
(norte) matou 17 soldados.
Antes da queda do helicóptero
ontem, um avião de transporte
havia feito um pouso forçado na
capital após sofrer "contínuas turbulências no motor". Um representante do Pentágono pedindo
anonimato afirmou que a aeronave também foi atingida por insurgentes. Nenhum dos 63 tripulantes e passageiros foi ferido.
Poucos vôos civis decolam do
aeroporto, alvo frequente dos lança-foguetes da insurgência. Em 22
de novembro, um avião da empresa de entregas DHL foi atingido em um ataque com foguetes
que não deixou feridos.
Na tentativa de incentivar a deposição das armas, o Exército
americano paga US$ 1.200 por cada míssil entregue. Só um contrabandista já entregou 300 mísseis.
Ataques da insurgência já mataram 217 soldados americanos
desde que o presidente George W.
Bush declarou o fim dos principais confrontos, em 1º de maio.
Violações
O ministro dos Direitos Humanos do Iraque, Abdel Baset Turki,
denunciou ontem os EUA por
violar os direitos humanos no Iraque. "O Conselho de Governo Iraquiano rechaça as violações norte-americanas contra o povo iraquiano e trabalha para impedi-las", disse Turki no Cairo, onde se
reuniu com representantes da Liga Árabe.
Turki criticou o grande número
de iraquianos detidos pelos EUA
nos últimos meses, classificando-o como "inaceitável". Neste mês,
três militares americanos foram
exonerados por maltratarem prisioneiros iraquianos. Um grupo
de soldados britânicos é investigado pelo mesmo motivo.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Artigo: Guerra de idéias Próximo Texto: EUA diminuem busca por armas, afirma "NYT" Índice
|