São Paulo, sexta-feira, 09 de janeiro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EUA diminuem busca por armas, afirma "NYT"

DA REDAÇÃO

A administração George W. Bush retirou do Iraque cerca de 400 militares especializados em destruir armas de destruição em massa, informou ontem o "New York Times".
Segundo o jornal, seria um sinal de que os EUA já não esperam descobrir os supostos arsenais de armas químicas e biológicas de Saddam Hussein, o principal motivo oferecido pela Casa Branca e por Londres para iniciar a guerra.
Nos últimos sete meses, o Grupo de Pesquisa do Iraque, formado por cerca de 1.400 especialistas americanos, tem vasculhado o país em busca de vestígios de armas de destruição em massa. Parte da equipe permanecerá no país.
"O Grupo de Pesquisa continuará a realizar o seu trabalho", reagiu o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan.

Ameaça exagerada
Também ontem, o Instituto Carnegie para a Paz Internacional, baseado em Washington, publicou um relatório no qual acusa o governo Bush de ter "sistematicamente distorcido" a ameaça iraquiana. Para o instituto, o Iraque poderia ter sido contido por uma combinação de inspeções da ONU, ações militares limitadas e sanções.
De acordo com o Carnegie, moderadamente de centro-esquerda, "a comunidade de inteligência [dos EUA] começou a ser influenciada pelas visões dos formuladores de políticas do governo em algum momento de 2002".
O relatório sustenta que o arsenal iraquiano já tinha sido desmantelado muito antes da Guerra do Iraque, iniciada em março. "Achamos altamente improvável que haja alguma descoberta significativa", disse Joseph Cirincione, um dos autores do estudo.
O secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, disse ter confiança nos argumentos apresentados para justificar a guerra. Ele lembrou que Saddam possuía e utilizou armas de destruição em massa nos anos 1980 e recusou-se por mais de uma década, após a Guerra do Golfo (1991), a provar que havia se livrado delas.
Anteontem, "The Washington Post" disse que, provavelmente, o suposto arsenal proibido iraquiano nunca chegou a sair do papel nos anos 1990. De acordo com o jornal, Saddam não teve os recursos necessários para investir em armas de destruição em massa devido ao embargo econômico e às sanções internacionais.


Com agências internacionais

Texto Anterior: Iraque ocupado: Queda de helicóptero em Fallujah mata 9 americanos
Próximo Texto: América Latina: AL não se "esquerdizou", dirá Lula a Bush
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.