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GRIPE DO FRANGO
Camboja pode ser o terceiro país a confirmar uma morte pela doença; Ásia suspende importações dos EUA
Mortalidade chega a 70% dos infectados
DA REDAÇÃO
Entre 60% e 70% das pessoas
infectadas pelo vírus da gripe do
frango na Ásia morreram. O número foi revelado ontem por David Hui, especialista em doenças
respiratórias da Universidade
Chinesa de Hong Kong.
Essa taxa de mortalidade é duas
vezes mais alta do que a registrada
em 1997, quando um vírus similar
ao H5N1, uma variante do vírus
influenza (que causou epidemias
como a gripe espanhola, em 1918),
infectou um ser humano pela primeira vez.
Em 1997, seis pessoas morreram
em Hong Kong após serem contaminadas. "Da última vez, a taxa de
mortalidade atingiu 30%", disse
Hui, que foi ao Vietnã ajudar a
OMS (Organização Mundial de
Saúde) a conter a epidemia.
Em outra epidemia recente, a da
Sars (síndrome respiratória aguda grave), a taxa de mortalidade
entre as pessoas infectadas foi
bem inferior: 9,6%.
O motivo para a diferença tão
grande entre as taxas de mortalidade das duas epidemias de gripe
do frango -a de 97 e a atual-
ainda é um mistério para os especialistas. A preocupação de David
Hui é com relação a uma possível
mudança estrutural no vírus que
o tenha tornado mais letal.
Até agora, a gripe do frango matou 18 pessoas (13 no Vietnã e cinco na Tailândia) e focos do vírus
foram encontrados em onze países, sendo dez deles na Ásia -o
outro é os EUA.
O Camboja pode ser o terceiro
país a confirmar a morte de uma
pessoa devido à epidemia.
O diretor do departamento de
controle de doenças infecciosas
cambojano, Ly Sovann, disse que
as autoridades sanitárias e a OMS
suspeitam que a gripe do frango
seja a causa da morte de uma mulher na última sexta-feira.
Supervírus
O maior temor dos especialistas
é que, dentro do organismo, o
H5N1 passe por uma mutação e
venha a se fundir geneticamente
com o vírus da gripe humano.
O novo vírus uniria o poder letal
do H5N1 com a facilidade da propagação do vírus da gripe dos seres humanos.
Esse receio surgiu após a morte
de duas irmãs vietnamitas, no começo do mês. Acreditava-se que
elas haviam sido contaminadas
pelo irmão, que também morreu
devido à doença.
Exames com o sangue das irmãs
não confirmaram a hipótese. Eles
revelaram que o vírus veio de aves
e que não havia indícios de genes
do influenza humano.
Em comunicado oficial, a OMS
disse que o vírus "não evoluiu para uma forma facilmente transmissível de uma pessoa à outra".
A entidade também confirmou
que as pessoas que mantiveram
contato com os doentes (familiares, vizinhos e médicos) não foram infectadas.
Recentemente, a OMS havia comunicado que, se os temores se
confirmassem e o vírus H5N1 se
combinasse com o vírus da gripe,
milhões de pessoas em todo o
mundo poderiam contrair a
doença e morrer.
Na Ásia, dezenas de milhões de
aves já morreram ou foram sacrificadas devido à gripe do frango.
Importações suspensas
Vários países asiáticos proibiram ontem as importações de
frangos dos EUA.
A decisão foi tomada devido à
confirmação, no último sábado,
da descoberta de um foco da gripe
do frango no Estado de Delaware.
O Japão, que teve casos limitados da doença, também suspendeu a compra de frangos dos
EUA. O ministro da Agricultura
japonês, Yoshiyuki Kamei, disse
que está tentando determinar a
origem do vírus H7, uma variante
do H5N1, que levou as autoridades americanas a decretar o sacrifício de 12 mil aves.
Com agências internacionais
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