São Paulo, segunda-feira, 09 de fevereiro de 2004

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HAITI

Manifestantes em Gonaive exigem a renúncia de Aristides

Rebeldes mutilam policiais mortos; governo denuncia tentativa de golpe

DA REDAÇÃO

Policiais haitianos entraram em sangrento conflito com grupos de oposição ao presidente Jean-Bertrand Aristide quando tentavam retomar o controle de Gonaives, a quarta maior cidade do Haiti, a 110 km de Porto Príncipe.
Segundo uma rádio do país, o número de policiais mortos subiu ontem para 14, e vários corpos foram mutilados pela população.
No sábado, sete policiais e dois civis morreram, após o governo mandar cerca de 150 policiais a Gonaives. De acordo com o testemunho de um rebelde que não quis ter o nome revelado, o corpo de um dos policiais foi arrastado pela ruas, e uma mulher cortou a orelha de outro policial.
Quatro outros policiais foram mortos depois que tentaram, sem sucesso, dar meia-volta no veículo que os trouxe à cidade. A polícia matou dois rebeldes que estavam construindo barricadas no meio da rua.
Segundo a emissora de rádio Visión 2000, manifestantes incendiaram ontem outra delegacia de polícia em Gonaives, após os agentes policiais terem deixado seus postos. Outras 17 delegacias foram abandonadas, incluindo a de Saint Marc, a segunda maior cidade da Província.
Moradores bloquearam a via de acesso a Saint Marc com árvores, pneus em chamas e carros. "Depois que Aristide deixar [o poder], o país voltará ao normal", disse Axel Philippe, 34.
O presidente do Haiti, Jean-Bertrand Aristide, completou no sábado três anos de governo após sua volta ao poder em 2000.
Diferentemente de outros anos, em que são convidados representantes de países estrangeiros para comemorar a data, a ocasião passou sem nenhum ato oficial.
O descontentamento tem crescido no Haiti desde que o partido de Aristide cancelou eleições legislativas em 2000. A oposição se recusa a participar de um novo pleito e quer a renúncia.
Desde meados de setembro, 69 pessoas morreram no no país caribenho em conflitos entre a polícia, opositores e simpatizantes do governo de Aristide.


Com agências internacionais


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