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ALEMANHA
Governo perde eleição regional e terá de negociar com oposição novo projeto de cidadania
Derrota de Schroeder ameaça reformas
das agências internacionais
A derrota da coalizão governista
nas eleições regionais de Hesse
(centro-oeste do país, onde fica
Frankfurt), anteontem, pode levar
o governo alemão a revisar a proposta de modificação das leis de cidadania.
O chanceler (premiê) da Alemanha, Gerhard Schroeder, afirmou
ontem que seu governo vai levar
em frente os planos de reforma.
Oskar Lafontaine, porém, ministro das Finanças e presidente do
principal partido do governo, SPD
(Partido Social-Democrata), disse
que as consequências da derrota
devem ser "avaliadas".
Segundo ele, é preciso encontrar
uma solução "que possa ser apoiada por todos".
Os democratas-cristãos conseguiram 43% dos votos em Hesse,
derrotando a coalizão de verdes e
social-democratas que governava
o Estado havia oito anos.
O resultado da eleição significou
a perda da maioria na câmara alta
do Parlamento, o que permite à
oposição bloquear as propostas
governistas.
A rejeição popular à proposta,
que pretende conceder passaporte
alemão a estrangeiros que moram
há muito tempo no país e a filhos
de estrangeiros nascidos na Alemanha, foi considerada a causa da
derrota de Schroeder em Hesse.
Atualmente, apenas filhos de alemães, mesmo nascidos no exterior, têm direito à cidadania do
país. A legislação data de 1913.
A proposta do governo de social-democratas e verdes, no poder há
quatro meses e meio, prevê que residentes com mais de oito anos de
permanência no país e filhos de estrangeiros que tenham ao menos
um dos pais nascidos na Alemanha
ou vivendo no país desde os 14
anos possam ter dupla cidadania.
A oposição democrata-cristã fez
uma campanha contra a proposta.
Os partidos de direita argumentam que a mudança na lei comprometeria a lealdade nacional e prejudicaria a integração dos estrangeiros ao país.
Ottmar Schreider, secretário-executivo do SPD, qualificou a
campanha da oposição como uma
"ação demagógica e xenófoba que
potencializa o medo e afeta emocionalmente os eleitores".
Apesar da disposição de Schroeder de levar adiante a reforma, o
resultado eleitoral em Hesse pode
comprometer todos os projetos de
seu governo.
Uma das propostas ameaçadas é
a desativação das usinas nucleares
alemãs, prioridade para o partido
ambientalista.
"O caos desse governo em questões tributárias, de energia nuclear
e sociais certamente contribuiu
para nossa vitória", disse o presidente da CDU (União Democrata
Cristã), Wolfgang Schäuble.
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