|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
OUTRO LADO
Segundo Fujimori, há um "complô" de organizações internacionais para prejudicar as eleições
Governo nega interferir na campanha
do enviado especial
Desde que iniciou sua campanha, há três meses, o presidente
do Peru, Alberto Fujimori, vem
negando reiteradamente que as
Forças Armadas estejam trabalhando por sua candidatura.
"O governo não promoveu ingerência de espécie alguma", disse em entrevista recente.
Por volta de 15h30 de sexta-feira
passada, a Folha acionou, por telefone, a assessoria de comunicação do Palácio Presidencial e enviou uma mensagem, pela Internet, solicitando uma posição sobre as denúncias de suposto envolvimento de militares na campanha. Porém, não houve resposta até as 23h (horário de Lima).
Em declarações anteriores, o
presidente peruano afirmou que
as acusações relacionadas às Forças Armadas são "uma tentativa
de prejudicar as eleições".
Segundo Fujimori, seu governo
é alvo de um complô de organizações não-governamentais estrangeiras, a quem acusa de estar por
trás das denúncias.
O Ministério da Defesa também
não se pronunciou. Respondendo
a acusações feitas anteriormente,
o ministro da Defesa, general Carlos Bergamino, negou que haja
uma parceria entre as Forças Armadas e o comitê de Fujimori.
"Ninguém apresentou provas
de nada", afirmou o general, em
entrevista publicada neste mês.
Segundo ele, os militares se mantiveram fora do processo eleitoral,
conforme determinam as leis.
Destacado para falar com a imprensa na sexta-feira, o funcionário do JNE (corte eleitoral suprema do Peru) Rolly Pacheco disse à
Folha que a fiscalização contra o
emprego de militares na campanha foi feita corretamente, porém
não é infalível contra casos pontuais.
"Provavelmente algumas (das
denúncias feitas à Folha pelo major das Forças Armadas) são verdadeiras . Mas esse militar deve
saber que é passível de prisão."
De acordo com Pacheco, o JNE
cumpriu com seus deveres de selecionar e capacitar os fiscais da
votação de hoje, mas disse que "os
presidentes de mesas de seções
eleitorais têm de ser responsáveis,
e o governo, escrupuloso".
"Atenho-me ao que dizem os
porta-vozes do governo, que afirmaram reiteradamente o interesse em acatar as sugestões das missões observadoras", disse.
Segundo ele, o desvio de atas de
registro de votos é difícil, já que
cada uma tem quatro cópias, que
serão enviadas a locais diferentes.
Ele assinalou também que "o
sufrágio é um ato público e, portanto, pode ser fiscalizado por
quem se interessar". De acordo
com Pacheco, os jornalistas peruanos e estrangeiros poderão ser
testemunhas da lisura do processo. "Esse é um elemento de controle muito forte", disse.
(LUCAS FIGUEIREDO)
Texto Anterior: Militares fazem campanha por Fujimori, diz oficial Próximo Texto: Opositor Alejandro Toledo posa de herdeiro do Império Inca Índice
|