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São Paulo, quarta-feira, 09 de abril de 2003

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CAPITAL INVADIDA

Americanos tomam base aérea, avançam também pelo norte e atingem prédios do governo

EUA repelem contra-ataque e ampliam controle de Bagdá

John Moore/Associated Press
Sargento do Exército norte-americano comemora ter acertado um morteiro na sede do partido Baath, na capital iraquiana


DA REDAÇÃO

Forças norte-americanas repeliram ontem um contra-ataque iraquiano em Bagdá, ao mesmo tempo em que tomaram uma base aérea na cidade e bombardearam prédios do governo iraquiano e instalações civis.
A 3ª Divisão de Infantaria dos EUA estabeleceu uma base de operações dentro do Palácio da República, complexo do ditador Saddam Hussein tomado anteontem, e montou barreiras nas pontes próximas que cortam o rio Tigre para impedir o avanço dos soldados do Iraque.
As tropas leais a Saddam chegaram em ônibus e caminhões e usaram seus rifles e lança-granadas para atacar os americanos -segundo a agência Associated Press, eram cerca de 500 homens, entre integrantes da Guarda Republicana, do partido Baath e fedayin. Franco-atiradores, posicionados em telhados de prédios do centro, também atiraram contra soldados dos EUA.
Os americanos responderam com disparos por terra -de seus tanques Abrams- e por ar -com caças-bombardeiros. Segundo o comando militar dos EUA, ao menos 50 soldados iraquianos teriam morrido na reação ao contra-ataque.
A reação iraquiana também provocou a derrubada de um avião dos EUA, a aeronave de ataque A-10. Foi a primeira vez desde o início da invasão no Iraque que um míssil terra-ar provocou a queda de um avião americano. O piloto sobreviveu, disse os EUA.
Tropas dos dois países também entraram em confronto na região sudeste da capital, pelo controle da base aérea Al Rashid. Fuzileiros navais enfrentaram membros da Guarda Republicana reforçados, segundo o comando central americano, por combatentes sudaneses, jordanianos e egípcios.
Em operação para assumir o controle de prédios do governo ainda sob controle iraquiano, aviões dos EUA bombardearam o Ministério do Planejamento, o Ministério da Informação e a sede do partido Baath. A ofensiva contou com apoio terrestre de tanques. Foi nessa ofensiva que o hotel Palestine, base da imprensa internacional em Bagdá foi atingido. Dois jornalistas foram mortos no incidente, que, segundo os EUA, foi uma reação a disparos vindos do hotel. Correspondentes que estavam no local no momento do ataque negaram a existência desses disparos.
Esse pode ter sido o segundo ataque equivocado dos EUA em menos de 24 horas. O outro seria o bombardeio, na madrugada de ontem, para atingir o local onde estaria escondido Saddam Hussein ou outros líderes iraquianos.
Repórteres da Reuters no bairro residencial atingido disseram haver apenas civis entre os mortos. O comando militar americano afirmou não saber dizer se o ditador foi morto ou não no ataque.
Mantendo o discurso dos últimos dias, Victoria Clarke, porta-voz do Pentágono, declarou que o regime de Saddam "já é história", mesmo que o ditador esteja vivo.
Forças americanas começaram a entrar em Bagdá pelo norte da cidade, para tentar impedir a fuga de comandantes iraquianos. A movimentação de veículos tem sido intensa na região, com iraquianos tentando escapar do conflito.
O Pentágono anunciou que dois pilotos dos EUA estão desaparecidos desde domingo, depois da queda de um avião F-15E em território iraquiano.

Com agências internacionais


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