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São Paulo, quarta-feira, 09 de abril de 2003

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Saddam não morreu em ação, dizem britânicos

DA REDAÇÃO

O ditador iraquiano, Saddam Hussein, sobreviveu a um bombardeio contra um prédio em área residencial de Bagdá anteontem à noite, disseram fontes da inteligência britânica ao jornal inglês "The Guardian".
Segundo as fontes, Saddam provavelmente não estava mais no prédio no momento do ataque, mas pode ter estado antes no local.
A informação de que Saddam e seus filhos Uday e Qusay estariam no prédio teria sido obtida pela CIA (serviço de inteligência iraquiano) de uma fonte próxima à liderança iraquiana.
Os EUA afirmaram que não tinham como confirmar se Saddam havia sido atingido no ataque. "Não sei se ele sobreviveu. Só sei que está perdendo o poder", disse o presidente George W. Bush, em Belfast.
O ataque foi realizado por um bombardeiro B-1 dos EUA que atingiu o alvo 12 minutos depois de ser informado da possível entrada de Saddam no prédio.
"Esse é o número 1", disse a voz do controlador de vôo para o piloto do B-1 que sobrevoava Bagdá, ao avisar que seu alvo era Saddam.
Quatro bombas de alto poder destrutivo, capazes de penetrar em bunkers, foram lançadas.
Ao menos 40 altos funcionários do regime estariam num bunker atrás do prédio atingido, conectado a um restaurante. O Iraque disse que apenas civis morreram no ataque -até 14- e que nenhum seria da liderança iraquiana.

Decapitação
Apesar de dizerem que o destino de Saddam já não é tão relevante hoje, os EUA anteciparam o início da guerra, em 20 de março, para lançarem um ataque contra a liderança iraquiana em Bagdá, chamado de "ataque de decapitação".
Na ocasião, tinham informação de que o ditador e outros altos funcionários de seu regime estariam reunidos no local atacado.
Depois circularam relatos de que Saddam teria morrido ou sido visto saindo do prédio numa maca.
Saddam, que costuma usar sósias para despistar seus muitos inimigos, quase não tem aparecido desde o início da guerra.
Nas imagens exibidas pela TV iraquiana não é possível determinar a data da gravação. Ele leu um discurso na semana passada fazendo referências a episódios da guerra, mas, segundo os EUA, não era possível determinar se era ele ou um sósia.
Na semana passada, ele apareceu percorrendo as ruas de Bagdá, justamente no bairro de Al Mansur, o mesmo do ataque de anteontem, um dos mais nobres da capital.


Com agências internacionais


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