São Paulo, sábado, 09 de abril de 2011

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Políticos usam retórica xenófoba contra os rivais

DA ENVIADA A LIMA

Alejandro Toledo olha para o infinito e diz buscar inspiração de Deus. Beija a bandeira do Peru e é festejado com gritos de "el cholo" (o indígena) por milhares de pessoas durante o seu comício em Lima.
Logo depois, mergulha em uma sucessão de invectivas xenófobas. "Não queremos uma dinastia japonesa", diz, investindo contra Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, em segundo lugar nas pesquisas.
"Nunca pedi passaporte de outro país", esbraveja, referindo-se ao rival Pedro Pablo Kuczynski, cidadão americano e peruano.
Para arrematar, alfineta o líder nas pesquisas, Ollanta Humala, por suas supostas ligações com o venezuelano Hugo Chávez. "Não queremos ser governados por Chávez", discursa Toledo. "Ele já tem Equador, Nicarágua e Bolívia e quer o Peru."
A xenofobia permeia o discurso de todos os candidatos peruanos. Um dos objetivos é explorar a insatisfação da população com as multinacionais. Outro aspecto é a eterna luta dos "cholos", população de origem indígena, contra os "pitucos", brancos ricos.
PPK, filho de imigrantes alemães, tenta se aproximar do peruano médio ao se intitular "gringo charapa" porque viveu na Amazônia -charapa é como se chamam os povos da área.
Humala sempre ressalta sua origem chola e vocifera contra os pitucos. Toledo é também de origem indígena e humilde -foi engraxate para depois ganhar bolsa nos EUA. (PCM)


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