DA REDAÇÃO

O Irã intensificou o enriquecimento de urânio no mesmo dia em que recebeu oficialmente a proposta de seis potências mundiais para que suspenda seu programa nuclear em troca de um pacote de benefícios.
A conclusão faz parte de um relatório confidencial da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) obtido pelas agências de notícias, que também indica pouco progresso por parte dos inspetores para descobrir mais detalhes sobre as atividades nucleares iranianas.
Segundo a análise, Teerã ainda se recusa a esclarecer afirmações do presidente Mahmoud Ahmadinejad de que o país fez experimentos com centrífugas mais avançadas para acelerar o enriquecimento de urânio.
No entanto, Javier Solana, chefe da diplomacia da União Européia e encarregado de entregar a oferta a Teerã, afirmou que está "mais otimista do que pessimista" quanto à perspectiva de chegar a um acordo.
"Não será fácil. Não será em 24 horas", afirmou Solana. "Eu não acho que o Irã queira tornar as coisas complicadas", acrescentou.
As reações iniciais de Teerã à proposta (que também inclui penalidades em caso de recusa) têm sido ambíguas. Integrantes do governo disseram que examinariam a proposta, mas que o país não estava preparado para abandonar o enriquecimento de urânio -os iranianos alegam que seu programa nuclear tem fins pacíficos.
Ontem, o presidente iraniano manteve o discurso de que o país não estava disposto a renunciar ao projeto de possuir tecnologia nuclear, mas que gostaria de esclarecer qualquer mal-entendido com o resto do mundo.
Integrantes do governo norte-americano afirmaram que a Casa Branca não considera as declarações de Ahmadinejad como uma resposta formal do Irã à oferta feita conjuntamente por EUA, França, Alemanha, Reino Unido, Rússia e China.