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IRAQUE SOB TUTELA
Rebeldes ameaçam matar búlgaros; Pentágono planeja diminuir força em 2006
Insurgência mata cinco soldados americanos
DA REDAÇÃO
Cinco soldados americanos e
cinco iraquianos morreram ontem em conseqüência de ataque
contra uma base militar em Samarra. É o maior número de mortos americanos provocado por
uma ação da insurgência iraquiana desde a devolução da "soberania" pelos EUA no último dia 28.
Os rebeldes detonaram um carro-bomba e depois dispararam
morteiros contra o local, destruindo um prédio. Uma testemunha disse que o portão da base
usada pelas forças americanas e
pela Guarda Nacional do Iraque
estava aberto e um veículo utilitário aproveitou o descuido para
entrar. Segundos depois, ele explodiu. Na seqüência, os insurgentes dispararam 38 morteiros.
Segundo autoridades militares e
funcionários de um hospital, um
policial e quatro civis iraquianos
também morreram -44 foram
feridos, incluindo 20 militares
americanos e quatro policiais iraquianos.
Os americanos localizaram a
origem dos disparos dos morteiros com radares e em menos de
meia hora iniciaram uma retaliação com helicópteros, tanques e o
lançamento de morteiros. Uma
mesquita foi atingida.
Samarra fica no Triângulo Sunita, região a noroeste de Bagdá, onde se concentra o maior número
de simpatizantes do regime deposto de Saddam Hussein.
Na estrada que liga Samarra a
Balad, insurgentes mataram dois
motoristas turcos que estavam
em um comboio de caminhões.
Houve ainda explosões em Fallujah (oeste), Mishahda (norte) e
Bagdá, onde o ataque provocou a
morte de um ex-líder do partido
Baath, ligado a Saddam.
A onda de violência aconteceu
um dia após o governo interino
ter anunciado a Lei Nacional de
Segurança, um conjunto de medidas emergenciais que permite a
suspensão temporária dos direitos dos cidadãos.
O "New York Times" publicou
ontem texto em que afirma que o
Pentágono já iniciou um planejamento de longo prazo para reduzir o número de soldados no Iraque. De acordo com o jornal, a informação foi passada por militares de alta patente.
Atualmente os EUA têm cerca
de 135 mil homens no país e o Departamento da Defesa havia dito
anteriormente que o número deveria ser mantido até o fim de
2005. As fontes ouvidas pelo
"NYT" dizem que a redução poderá ser feita em 2006, considerando-se que o Exército e outras
forças de segurança iraquianas estejam preparadas para assumir
maiores responsabilidades. O
Pentágono espera baixar o número de militares para cem mil, mas
a hipótese de haver um aumento
não é descartada se as condições
de segurança piorarem.
Seqüestrados
Extremistas iraquianos ameaçaram ontem matar dois búlgaros
num prazo de 24 horas se as forças lideradas pelos EUA não libertarem prisioneiros. Segundo a rede de TV árabe Al Jazira, o vídeo
com a ameaça veio do grupo do
terrorista jordaniano Abu Musab
al Zarqawi, acusado pelos EUA de
ter ligação com a rede Al Qaeda.
Não há informações sobre se os
búlgaros são civis ou militares.
O governo das Filipinas proibiu
ontem seus cidadãos de viajarem
para o Iraque para trabalharem
no país. A medida foi tomada depois que rebeldes divulgaram um
vídeo em que ameaçam matar um
refém filipino se Manila não retirasse do Iraque os 51 soldados que
lá mantém.
Ao fazer o anúncio da proibição, a presidente Gloria Macapagal Arroyo não disse se as Filipinas vão prorrogar a estada dos
soldados no Iraque -o prazo inicial termina neste mês. Apesar de
o contingente militar filipino ser
pequeno, há mais de 4.000 civis
do país trabalhando nas bases militares americanas como cozinheiros e faxineiros e em outras
tarefas de apoio. Ao menos três civis filipinos já morreram em ataques de insurgentes neste ano.
O Departamento de Estado informou que o marine Wassef Ali
Hassoun, que havia sido seqüestrado há cerca de 20 dias por insurgentes iraquianos, está na embaixada dos EUA em Beirute (Líbano). A decapitação de Hassoun,
cuja família tem origem libanesa,
havia sido anunciada no último
fim de semana e mais tarde desmentida.
Em Trípoli, cidade do norte do
Líbano, duas pessoas morreram
em um tiroteio envolvendo parentes do marine e membros de
uma outra família. A acusação de
que Hassoun e seus parentes seriam agentes americanos deu início à disputa.
Com agências internacionais e "The New
York Times"
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