São Paulo, sábado, 09 de julho de 2005

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ARGENTINA

Villaflor fora seqüestrada pela ditadura em 77

Restos mortais da fundadora das Mães da Praça de Maio são achados

MAELI PRADO
DE BUENOS AIRES

Os restos do corpo de Azucena Villaflor de Devicenti, fundadora das Mães da Praça de Maio, e de outras duas mulheres desaparecidas durante o regime militar na Argentina foram encontrados na Província de Buenos Aires, segundo a Equipe Argentina de Antropologia Forense.
Villaflor, que fundou o movimento das mães que há 20 anos protestam todas as quintas-feiras em Buenos Aires contra o desaparecimento de seus filhos durante a ditadura militar, foi seqüestrada em dezembro de 1977 na Escola de Mecânica da Armada por um grupo integrado por Alfredo Astiz, agente do regime que se infiltrou entre as mães.
O seu corpo e os de outras duas mães sequestradas no mesmo dia, Esther Careaga e María Eugenia Ponce, co-fundadora do movimento, foram encontrados no cemitério General Lavalle, onde estavam enterrados sob o registro de "sem identificação".
No mesmo dia do seqüestro das três mães foram sequestradas duas freiras francesas, Alice Domon e Reneé Leonnie Duquet, que também foram delatadas por Astiz, considerado um dos pivôs da repressão. O agente se infiltrou entre as mães com o pseudônimo de "Gustavo Niño" -a desculpa de Astiz para entrar no grupo era que tinha um irmão desaparecido. Conseguiu ganhar a confiança de algumas mães.
Ele e outros integrantes de seu grupo foram beneficiados na década de 80 pelas chamadas "leis do perdão". Em maio, entretanto, foram processados. As leis foram declaradas inconstitucionais no mês passado.


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