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São Paulo, sábado, 09 de agosto de 2003

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RELIGIÃO

Arquidiocese enfrenta mais de 500 ações judiciais por abusos contra crianças cometidos por padres nas últimas décadas

Igreja de Boston oferece US$ 55 mi a vítimas de pedofilia

DA ASSOCIATED PRESS

A Igreja Católica de Boston (Costa Leste dos EUA) ofereceu US$ 55 milhões para solucionar mais de 500 ações judiciais de abuso sexual de menores por padres, segundo documento obtido pela agência Associated Press.
Apenas na arquidiocese de Boston, uma investigação judicial indicou que mais de mil crianças foram abusadas por ao menos 235 padres e funcionários da igreja entre 1940 e 2000.
O escândalo (que estourou em 2002 e se espalhou para outras dioceses americanas) forçou o então cardeal de Boston, Bernard Law, a renunciar, sob a acusação de ter fechado os olhos para o problema e de não ter agido para evitar a continuação dos abusos.
A proposta vem a público uma semana após o novo arcebispo, Sean Patrick O'Malley, assumir.
Segundo o documento, os reclamantes têm 30 dias para dizer se aceitam a oferta. O acordo só valerá se 95% o aceitarem.
O reverendo Christopher Coyne, porta-voz da arquidiocese, negou-se a comentar a proposta. Em fevereiro, advogados das vítimas e da igreja concordaram em suspender o processo por 90 dias para tentar chegar a um acordo.
Para o advogado Jeffrey Newman, cuja firma representa mais de 200 supostas vítimas, a oferta "é um bom começo, mas é apenas um começo".
Se o acordo sair, será o maior fechado nos EUA desde que, em 2002, estourou o escândalos de abusos sexuais na igreja. Em junho, a arquidiocese de Louisville (Kentucky) aceitou pagar US$ 25,7 milhões para 243 pessoas que disseram ter sofrido abusos.
Pelo menos 325 padres dos cerca de 46 mil existentes nos EUA deixaram suas funções devido a acusações de abuso sexual.
O escândalo atingiu países como Canadá, Alemanha, França, México, Polônia e Brasil e já é um dos maiores problemas enfrentados pelo papa João Paulo 2º no final de seu pontificado.
Em dezembro passado, o Vaticano anunciou que pretende garantir um julgamento justo para os padres suspeitos e aplicar punições duras aos culpados, segundo autoridades católicas.
Descrevendo a pedofilia como uma "ofensa abominável", o Vaticano disse que a igreja deve reconquistar o respeito dos católicos, cuja confiança ficou abalada pela onda de escândalos sexuais.


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