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IRAQUE OCUPADO
No 100º dia do pós-guerra, o presidente, cuja popularidade caiu 21 pontos desde abril, fala das baixas americanas
Bush lamenta mortes, mas cita avanços
DA REDAÇÃO
O presidente americano, George W. Bush, foi a público ontem
declarar que os EUA obtiveram
"um bom progresso" no Iraque e
que, a seu ver, o país "está mais seguro". Mas ele lamentou as baixas
de soldados americanos em ataques iraquianos no pós-guerra
-que chegaram a 55 na véspera.
Passados cem dias desde que
anunciou o fim dos principais
conflitos, Bush vê a reconstrução
iraquiana avançar de forma mais
lenta do que previa e as questões
domésticas -antes ofuscadas pelo noticiário bélico- solaparem
sua popularidade.
Pesquisa com 2.528 pessoas feita entre 14 de julho e 5 de agosto
pelo Pew Research Center, dirigido por Madeleine Albright, ex-secretária de Estado no governo
Clinton (1993-2001), mostra que o
índice de aprovação do presidente despencou de 74% em abril, no
auge da guerra, para 53%. É quase
seu pior nível, 50%, registrado em
agosto de 2001 -um mês antes
dos atentados do 11 de Setembro e
logo após uma crise diplomática
com a China gerada pela captura
de um avião de espionagem americano em território chinês.
Já os entrevistados que se dizem
dispostos a reeleger Bush agora
são 40%, contra 39% que declararam votar em qualquer candidato
democrata -trata-se de um empate técnico, pois a margem de erro é de dois pontos percentuais
para cima ou para baixo. Em
abril, a diferença era de 11 pontos
-46% preferiam Bush, e 35%,
um democrata. Como os democratas têm nove pré-candidatos à
Presidência, e Bush concentra os
votos republicanos, a vantagem
do presidente pode cair.
A provável explicação para a
perda de popularidade de Bush
vem em outra pergunta da enquete: qual deveria ser a prioridade
do governo. Em janeiro, 43%
viam o combate ao terror -a
maior bandeira de Bush- como
prioridade, contra 38% que preferiam a economia. O último estudo
mostra uma inversão. Agora, 57%
vêem a economia -na qual o desempenho de Bush é criticado-
como prioridade, contra 27% que
põem o terror no topo da agenda.
Baixas do pós-guerra
Além disso, as constantes baixas
dos EUA no Iraque e o fato de o
ex-ditador Saddam Hussein estar
foragido fragilizam o discurso de
Bush. O presidente já admitira haver "problemas de segurança",
mas só agora ele citou as mortes.
"Sofremos ao perder uma vida",
disse em entrevista no seu rancho
texano, acrescentando que os soldados mortos "participaram de
uma parte vital da guerra ao terrorismo", na qual prometeu fazer
"todo o necessário para vencer".
Na véspera, a Embaixada da
Jordânia em Bagdá sofrera um
atentado que deixou ao menos 17
mortos e 65 feridos, segundo o
saldo mais recente. Os EUA investigam o possível envolvimento da
Al Qaeda, a rede responsável pelo
11 de Setembro, e da Ansar al Islam, uma organização ligada a ela.
Na mesma noite, um soldado
americano foi morto a tiros na capital. Em Tikrit (norte), os americanos mataram dois supostos traficantes de armas iraquianos.
Com agências internacionais
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