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São Paulo, sábado, 09 de agosto de 2003

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CIGARRO

Estudo divulgado em conferência diz que aumento pode inflar previsão de 11 milhões de vítimas do fumo em 2030

Garotas fumam mais e podem elevar mortes

DA REDAÇÃO

O número de mortes por problemas causados pelo fumo pode ser maior do que a estimativa da OMS (Organização Mundial de Saúde) de até 11 milhões ao ano por volta de 2030 em razão do fato de que mais garotas fumam hoje do que na geração anterior.
Essa é uma das principais conclusões da 12ª Conferência Mundial sobre Fumo ou Saúde, que acabou ontem em Helsinque e contou com 2.200 participantes.
Hoje, cerca de 5 milhões de pessoas morrem ao ano por causa do cigarro. Com a análise dos dados da Pesquisa Global do Fumo entre Jovens, divulgada durante a conferência, o saldo no futuro pode ser ainda pior do que estima a previsão atual.
Isso porque o estudo, feito pela OMS e pelos Centros de Controle de Doenças dos EUA com mais de 1 milhão de adolescentes de 150 países, mostra que a distância entre os totais de garotas e garotos fumantes, na faixa de 13 a 15 anos, caiu em quase todo o mundo.
Na África, por exemplo, para cada mulher fumante, existem sete homens, mas, entre os jovens, a proporção é de 1 para 2,2.
Na Europa, 33,9% dos meninos e 29% das meninas fumam. Nas Américas os índices são de 16,6% e 12,2%, respectivamente. Os percentuais mundiais são de 15% e 6,6%. Entre os adultos, a OMS estima que 47% dos homens e 12% das mulheres sejam fumantes.
"Essas descobertas sugerem que as projeções para as mortes relacionadas ao cigarro no futuro devam estar subestimadas porque foram baseadas nos padrões então correntes de fumo entre adultos, pelos quais as mulheres fumantes são só cerca de um quarto dos homens", diz a pesquisa.
Segundo a OMS, não é possível precisar a razão do aumento do fumo entre garotas. Um fator a se considerar, porém, é o marketing agressivo da indústria do cigarro. "As empresas identificam as mulheres e as garotas nos países em desenvolvimento, sobretudo na Ásia, como um vasto mercado a ser explorado", afirma o estudo.
Outra conclusão da conferência é que a indústria do cigarro continua a impor forte resistência à legislação antitabagista nos países em desenvolvimento, mas que, aos poucos, isso tem sido vencido.
Pekka Puska, a principal autoridade da OMS para o combate ao fumo, diz que o lobby faz com que alguns países não ratifiquem ou implementem a convenção de controle do cigarro, criada pelos membros da entidade em 2002.
A maioria do contingente mundial de 1,1 bilhão de fumantes vive em países em desenvolvimento.
A conferência foi encerrada com uma conclamação para que todos os países ratifiquem a convenção de controle do fumo.


Com agências internacionais

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