São Paulo, segunda-feira, 09 de agosto de 2004

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FÉRIAS BOMBÁSTICAS

Pacote custa US$ 2.200, mas sem seguro

Britânico quer levar turistas ao Iraque

Jerry Lampen/Reuters
Soldado americano posa para foto na antiga Babilônia


DA REUTERS

Os seqüestros de estrangeiros, os confrontos entre insurgentes e militares americanos e a alta criminalidade no Iraque parecem não intimidar o agente de turismo britânico Don Lucey, que pretende levar um grupo de turistas ao país no final de setembro.
"[O Iraque] parece um local de visitação proibida, as pessoas se interessam por isso", disse Lucey, que esteve no país em 2003, como soldado, e diz já ter reunido dez clientes para a empreitada.
Para atrair interessados, o dono da Bann Tours argumenta que o Iraque, impopular entre os turistas sob o regime ditatorial de Saddam Hussein e no pós-guerra, possui resquícios de civilizações antigas, como a babilônica, as cidades sagradas de Najaf e Karbala, além de belas paisagens com lagos, montanhas e desertos.
O passeio de dez dias, com visitas a locais históricos programadas, custa 1.200 (US$ 2.192) por pessoa. O seguro de vida pessoal não está incluso.
O entusiasmo de Lucey não é compartilhado pelo iraquiano encarregado de coordenar o turismo no país no novo governo. Ahmed al Jobori, chefe da agência estatal de turismo do país, planeja desenvolver o turismo como opção econômica, para o país de poucos recursos naturais, além do petróleo.
Jobori espera que um dia o Iraque possa receber até 3 milhões de turistas por ano, mas por hora, adverte-os para ficarem longe: "Não queremos que boas pessoas de todo o mundo sejam presas por criminosos".
O plano de turismo inclui um investimento de milhões de dólares na ilha Al Aras, no rio Tigre, ao sul de Bagdá, onde seria construído um hotel cinco estrelas e um parque temático nos moldes da Disney.
Locações que ficaram famosas por causa da ditadura de Saddam Hussein e ocupação americana devem fazer parte dos roteiros turísticos, como a prisão de Abu Ghraib, onde soldados americanos humilharam prisioneiros iraquianos e o buraco onde Saddam Hussein foi capturado.


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