DA REDAÇÃO

Duas bombas explodiram em um restaurante perto de uma madrassa (escola religiosa) de Karachi, cidade portuária no sul Paquistão, deixando ao menos oito mortos, entre os quais uma criança, e 42 feridos, segundo a polícia e testemunhas. Nenhum grupo reivindicou o atentado.
As bombas estavam presas a duas motocicletas estacionadas do lado de fora de um restaurante pertencente à escola Jamia Binori, freqüentado por milhares de adolescentes e jovens estudantes. Uma equipe especializada desativou uma terceira bomba escondida dentro de uma sacola de plástico momentos de ela explodir.
"O alvo era o público em geral e estudantes. O objetivo era criar o caos", disse o chefe da polícia local, Fayyaz Leghari.
Hayan Ahmed, 18, um dos estudantes de teologia, disse que estava tomando chá e comendo aperitivos no restaurante quando a primeira bomba foi detonada. Ao sair do estabelecimento, foi atingido pela segunda.
Segundo o médico Syed Nazhar, dois dos feridos haviam morrido no hospital, dentre eles, um garoto de seis anos que passava no local acompanhado dos pais. Alguns dos feridos estão em estado crítico, segundo Nazhar.
Mais de 5.000 estudantes de pelo menos 50 países freqüentam a escola religiosa, considerada uma instituição moderada, que oferece educação moderna com ensinamento islâmico. Um funcionário da escola, Tariq Madani, afirmou que a instituição se mantinha longe do extremismo.
Karachi, uma cidade com mais de 14 milhões de pessoas, têm sido alvo de uma série de ataques desde que o governo paquistanês se uniu aos EUA na guerra contra o terrorismo em 2001. A polícia culpa extremistas islâmicos e terroristas da Al Qaeda pela maioria dos ataques na região. Anteontem, uma explosão matou duas pessoas e feriu outras três.
O ditador paquistanês Pervez Musharraf condenou o ataque e apelou para que as pessoas ajudem a manter a paz em Karachi, segundo a TV estatal PTV.