São Paulo, sábado, 09 de agosto de 2008

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EUA investem no aumento das Forças Armadas afegãs

Cabul pede contribuição dos membros da Otan para plano militar bilionário

Contingente afegão pode passar a 122 mil até 2014; em resposta à violência, EUA querem ainda unir comando de seus soldados no país

Shah Marai/France Presse
Soldados italianos da força da Otan em cerimônia em Cabul

DA REDAÇÃO

O secretário de Defesa americano, Robert Gates, endossou um plano multibilionário de expansão de Exército afegão, que deve custar, em cinco anos, US$ 17 bilhões. Cabul quer seu contingente militar seja de 122 mil homens em 2014 -quase o dobro do número atual.
Segundo Ashraf Haidari, conselheiro da Embaixada do Afeganistão em Washington, "não falta consenso [sobre a expansão] e sim recursos". O Exército afegão conta hoje com cerca de 65 mil homens e está previsto que o contingente chegue a 80 mil até o final do próximo ano -o aumento é considerado insuficiente para manter sob controle o país, caso as tropas estrangeiras se retirem.
Sete anos após a invasão americana que derrubou o regime do Taleban, a insurgência continua ativa. A média mensal de americanos mortos no Afeganistão já supera a das baixas no Iraque.
Neste ano, 2.500 pessoas, incluindo pelo menos mil civis, foram mortas em conflitos no Afeganistão. No mais recente incidente envolvendo as forças da Otan, soldados estrangeiros mataram quatro mulheres e um criança durante ação contra insurgentes, anteontem, na Província central de Ghazni.
Washington espera que parte dos recursos para a expansão do Exército do Afeganistão venha dos seus parceiros da Otan, a aliança militar ocidental.
O ministro da Defesa afegão, general Abdul Wardak, escreveu em julho aos homólogos dos países-membros da coalizão, pedindo apoio para expandir, treinar e equipar as Forças Armadas.
Tanto o candidato republicano John McCain quanto o democrata Barack Obama defendem o aumento do contingente no Afeganistão. O Pentágono prevê o envio de 10 mil homens até 2009 e tem insistido para que os aliados europeus também mandem mais militares.
Os EUA têm 34 mil soldados no país, parte deles fora da bandeira da Otan, que mantém mais de 50 mil homens em território afegão. O Pentágono planeja reestruturar sua cúpula militar no Afeganistão e deve anunciar, em breve, a unificação do comando da Otan e da missão americana independente. David McKiernan, general que lidera a força da Otan, deve assumir também a "Operação Liberdade Duradoura".


Com o "Financial Times" e agências internacionais

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