São Paulo, sexta-feira, 09 de setembro de 2011

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ANÁLISE

Presidente usa tom agressivo e aposta tudo em trunfo da oratória

PATRÍCIA CAMPOS MELLO
DE SÃO PAULO

Foi uma das últimas chances de o presidente Barack Obama assumir as rédeas da economia e ressuscitar suas chances de reeleição em 2012.
Em um discurso agressivo, com ecos de campanha, Obama exortou 18 vezes os membros do Congresso a aprovar sua Lei de Empregos de US$ 447 bilhões -acima do esperado. Ele o fez numa sessão conjunta do Congresso, ocasião solene que ocorre na posse de presidentes e em pouquíssimas ocasiões especiais.
Obama continua apostando tudo em seu poder de oratória, um dos trunfos que o alçaram à presidência dos EUA. "Esse plano de empregos vai dar um chacoalhão em uma economia que está paralisada", prometeu. Mas nota-se certa "fadiga de discurso" no público americano. E ceticismo em relação à eficácia em qualquer coisa que o presidente possa fazer para resgatar do desemprego 14 milhões de pessoas.
Pesquisas recentes mostram que é cada vez maior a falta de fé do americano na habilidade de Obama de lidar com a economia. Reagindo ao discurso, os republicanos abandonaram a posição "eternamente do contra" e expressaram moderado apoio aos cortes de impostos e reforma de seguro desemprego previstos no plano. Mas deixaram claro que não estão nada dispostos a aprovar as medidas de gastos do governo para gerar empregos, como construção de estradas e outras obras.
De todo modo, há muito ceticismo em relação à eficácia das medidas. Muitos economistas acreditam que os cortes de impostos são pequenos demais para surtir efeito.
E programas como os US$ 55 bilhões para reformar escolas e casas em áreas afetadas pela crise de hipotecas deixam uma desagradável sensação de déjà vu. No último pacote de estímulo, a Califórnia recebeu US$ 186 milhões em recursos para reformas e impermeabilização de casas. O programa só gerou o equivalente a 538 empregos.


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