São Paulo, sexta-feira, 09 de setembro de 2011

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Novo governo revisará contratos estrangeiros

DO ENVIADO A TRÍPOLI

Os contratos assinados pelo regime de Muammar Gaddafi com empresas estrangeiras serão revistos, segundo Wafik Shater, responsável pelo setor financeiro do governo transitório.
Entre os acordos que devem ser reavaliados estão os das quatro empresas brasileiras com projetos no país: Odebrecht, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez e Petrobras.
Sobre a assinatura de novos contratos, Shater afirmou que o critério adotado não será político, mas disse contar com a pressão da opinião pública para que o governo brasileiro, que não reconhece o governo rebelde, "corrija seu comportamento".

 


Folha - Como serão tratados os contratos com empresas estrangeiras assinados pelo regime de Gaddafi?
Wafik Shater -
Nosso princípio é honrar os contratos. Se houver irregularidades, serão tratadas na Justiça. Faremos uma revisão para saber se os contratos são legítimos e se as transações foram feitas de forma transparente e em padrões internacionais.

Se vocês consideravam o governo Gaddafi ilegítimo, por extensão, os contratos assinados por ele também seriam?
Em geral, o público líbio entende que houve irregularidades em muitos contratos. Estou certo de que há contratos limpos e que algumas empresas estrangeiras respeitaram os padrões internacionais, mas é possível que achemos irregularidades.

Empresas de países que apoiaram a revolução desde o início terão prioridade?
Queremos garantir que os contratos assinados pelo novo governo tragam padrões internacionais ao povo líbio, tanto em termos de custo e eficiência, como em retorno do investimento.

Países que não reconheceram o governo rebelde, como o Brasil, serão punidos?
Queremos desenvolver nossas relações com a comunidade internacional da melhor forma possível. Apreciamos o apoio de nossos amigos no momento de crise. Essa ajuda não foi dada ao governo transitório, mas ao povo líbio. Ainda há tempo para que países que não fizeram o mesmo mostrem que se importam com a Líbia. Você deve ter visto o sofrimento dos líbios e agora, a alegria.
Se você mostrar isso às pessoas no Brasil, elas pressionarão o governo para que ele corrija seu comportamento, que deve ter explicações ligadas ao passado.

Como está a situação da economia líbia?
A assistência do grupo de contato e os esforços desses países para descongelar os ativos do povo líbio foram fundamentais. O caminho é longo até que possamos estabilizar o país.
(MN)


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