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CONFLITO NA RÚSSIA
Aliança ocidental não responde a apelo de separatistas, que acusam Moscou de matar civis
Tchetchênia pede mediação da Otan
Associated Press
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Soldados russos dormem após noite de patrulha a cerca de 30 km de Grozni, capital tchetchena |
das agências internacionais
O presidente tchetcheno, Aslan
Maskhadov, enviou ontem uma
carta ao novo secretário-geral da
Otan, o britânico George Robertson, pedindo mediação para a
normalização das relações entre a
Rússia e a Tchetchênia. A aliança
militar ocidental diz não ter recebido a carta.
Apesar dos chamados ao diálogo, Aslan Maskhadov não deixou
de lado ameaças de guerra. Disse
que, caso Moscou não aceite negociar, "a máquina de guerra já
está em marcha e será difícil detê-la".
Autoridades tchetchenas acusaram a Rússia ontem de ter matado cerca de 30 civis em um bombardeio lançado por aviões no vilarejo de Elistanzhi.
Moscou nega o ataque, que foi
confirmado por um correspondente da agência de notícias
"Reuters" que visitou o local. O
prefeito do vilarejo disse que 29
pessoas morreram e 62 foram levadas ao hospital com ferimentos.
Na terça-feira, as tropas russas
já haviam sido acusadas de matar
civis. Segundo o governo tchetcheno, um tanque atingiu um
ônibus que levava refugiados,
matando pelo menos 41 pessoas
que fugiam do conflito.
A Rússia admitiu ontem já ter
perdido entre 20 e 30 soldados
desde o início de sua nova ofensiva na Tchetchênia, há uma semana. A informação foi dada pelo
número dois da hierarquia militar
russa, o general Valeri Manilov.
Autoridades tchetchenas dizem já
ter matado mais de 200.
Rebeldes islâmicos da Tchetchênia ofereceram resistência ontem ao avanço das tropas russas,
que já dominam um terço da região separatista. As duas partes se
enfrentaram por várias horas em
Ichtcherskaia (norte da região)
-os rebeldes tentam impedir
que os russos atravessem o rio Terek.
Moscou afirma controlar um
terço do território da região separatista, numa ação lançada para
estabelecer uma "zona de segurança" para impedir a movimentação de terroristas islâmicos que
teriam refúgio na região.
Atentados
A Rússia acusa separatistas muçulmanos pela série de atentados
a bomba que matou mais de 300
pessoas nos últimos meses.
O premiê russo, Vladimir Putin,
disse não excluir a possibilidade
de enviar suas tropas para dominar toda a região. "A Tchetchênia
é parte do território da Rússia. As
forças irão até onde têm de ir."
Uma ofensiva total poderia levar Moscou a uma guerra com as
dimensões daquela travada entre
94 e 96, em que milhares de soldados russos morreram.
Depois do conflito, Moscou deixou de controlar a Tchetchênia,
embora a região, formalmente,
continue a pertencer à Rússia.
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